Enviado dos EUA conversa com Putin sobre Ucrânia, enquanto Trump diz a Moscou para 'se mexer'
Enviado dos EUA conversa com Putin sobre Ucrânia, enquanto Trump diz a Moscou para 'se mexer'
Reuters
11/04/2025
Por Andrew Osborn
MOSCOU (Reuters) - Steve Witkoff, enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou nesta sexta-feira com o presidente Vladimir Putin em São Petersburgo sobre a busca de um acordo de paz na Ucrânia, enquanto Trump dizia à Rússia para 'se mexer'.
A tv estatal russa transmitiu imagens de Putin cumprimentando Witkoff na biblioteca presidencial de São Petersburgo no início das negociações. Antes, a agência de notícias Izvestia divulgou um vídeo de Witkoff saindo de um hotel na cidade, acompanhado por Kirill Dmitriev, enviado de investimentos de Putin.
Witkoff surgiu como uma figura-chave na reaproximação entre Moscou e Washington, em meio a conversas do lado russo sobre possíveis investimentos conjuntos no Ártico e em minerais de terras raras russos.
No entanto, as conversas ocorrem em um momento em que o diálogo entre os EUA e a Rússia com o objetivo de acertar um cessar-fogo antes de um possível acordo de paz parece ter estagnado diante de divergências sobre as condições para uma pausa total nas hostilidades.
Trump, que deu sinais de estar perdendo a paciência, falou em impor sanções secundárias aos países que compram petróleo russo se achar que Moscou está atrasando o acordo com a Ucrânia.
Nesta sexta-feira, ele disse em uma postagem no Truth Social: 'A Rússia tem que se mexer. Muitas pessoas (estão) MORRENDO, milhares por semana, em uma guerra terrível e sem sentido -- uma guerra que nunca deveria ter acontecido, e não teria acontecido, se eu fosse presidente!!!'
Putin disse que, em princípio, está pronto para concordar com um cessar-fogo total, mas afirmou que muitas condições cruciais ainda precisam ser acordadas e causas fundamentais da guerra ainda precisam ser abordadas.
Especificamente, ele disse que a Ucrânia não deve aderir à Otan, que o tamanho de seu Exército precisa ser limitado e que a Rússia deve obter a totalidade do território das quatro regiões ucranianas que reivindica como suas, apesar de não controlar totalmente nenhuma delas.
Com Moscou controlando pouco menos de 20% da Ucrânia e as forças russas avançando no campo de batalha, o Kremlin acredita que a Rússia está em uma posição forte quando se trata de negociações e que a Ucrânia deve fazer concessões.
Kiev diz que os termos da Rússia equivaleriam a uma capitulação.
(Reportagem de Andrew Osborn; Reportagem adicional de Lucy Papachristou e Anastasia Teterevleva)
Reuters