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Equipe de Trump ouve propostas de acesso a terras raras de Mianmar

Equipe de Trump ouve propostas de acesso a terras raras de Mianmar

Reuters

28/07/2025

Placeholder - loading - Soldados do Exército da Independência de Kachin a caminho da linha de frente em Laiza 29/01/2013 REUTERS/David Johnson
Soldados do Exército da Independência de Kachin a caminho da linha de frente em Laiza 29/01/2013 REUTERS/David Johnson

Por Trevor Hunnicutt e David Brunnstrom e Devjyot Ghoshal e Poppy McPherson

WASHINGTON/BANGKOK (Reuters) - O governo Trump ouviu propostas concorrentes que podem alterar significativamente a política de longa data dos Estados Unidos em relação a Mianmar, desviando seus vastos suprimentos de minerais de terras raras da rival estratégica China, disseram quatro pessoas com conhecimento direto das discussões.

Nada foi decidido e, segundo especialistas, há enormes obstáculos logísticos, mas se as ideias forem levadas adiante, Washington pode precisar selar um acordo com rebeldes étnicos que controlam a maioria dos ricos depósitos de terras raras pesadas de Mianmar.

Entre as propostas, há uma que defende conversas com a junta governamental de Mianmar para obter um acordo de paz com os rebeldes do Exército de Independência de Kachin (KIA, em inglês); outra, prevê que os EUA trabalhem diretamente com o KIA sem envolver a junta.

Washington tem evitado conversas diretas com os líderes militares do país após a derrubada do governo democraticamente eleito do país em 2021.

As sugestões foram apresentadas a autoridades do governo por um lobista empresarial dos EUA, ex-conselheiro de Aung San Suu Kyi, em conversas indiretas com o KIA e alguns especialistas externos, disseram as fontes.

Essas conversas não haviam sido anteriormente relatadas.

As terras raras são um grupo de 17 metais usados para fabricar ímãs que transformam energia em movimento. As chamadas terras raras pesadas são usadas para construir jatos de combate e outros armamentos de alto desempenho. Os EUA produzem quantidades muito pequenas de terras raras pesadas e dependem de importações.

Garantir o fornecimento de minerais é um dos principais focos do governo Trump em sua competição estratégica com a China, responsável por quase 90% da capacidade de processamento global, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

Engajar a junta seria um grande passo para os Estados Unidos, dadas as sanções impostas pelos EUA aos líderes militares e a violência cometida contra a minoria Rohingya, que Washington considera genocídio e crimes contra a humanidade.

Na semana passada, o governo Trump suspendeu as designações de sanções a vários aliados da junta, mas autoridades dos EUA afirmam que isso não indica nenhuma mudança mais ampla na política dos EUA em relação a Mianmar.

As ideias apresentadas ao governo dos EUA também incluem a flexibilização das tarifas de 40% utilizadas como ameaças pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o país, a retirada das sanções contra a junta e seus aliados, e o trabalho com a Índia para processar algumas terras raras pesadas exportadas de Mianmar, além da nomeação de um enviado especial para executar essas tarefas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

Algumas dessas sugestões foram discutidas em uma reunião realizada em 17 de julho no escritório do vice-presidente JD Vance, que incluiu Adam Castillo, ex-diretor da Câmara Americana de Comércio em Mianmar e que dirige uma empresa de segurança no país, disse uma pessoa próxima ao escritório de Vance. Entre os presentes estavam assessores de Vance para assuntos asiáticos e comércio. O próprio Vance não compareceu, disse a fonte.

Castillo disse à Reuters que sugeriu às autoridades norte-americanas que os Estados Unidos poderiam desempenhar um papel de mediador da paz em Mianmar e pediu a Washington que seguisse o exemplo da China, intermediando primeiro um acordo bilateral de autogovernança entre os militares de Mianmar e o KIA.

A junta governante de Mianmar e o KIA não responderam a um pedido de comentário.

Embora o gabinete de Vance tenha se recusado a comentar sobre a visita de Castillo à Casa Branca, uma pessoa familiarizada com a situação disse que o governo Trump está revisando a política de Mianmar, também conhecida como Birmânia, e ponderou discussões diretas com a junta sobre comércio e tarifas.

A Casa Branca não quis comentar.

(Reportagem de Trevor Hunnicutt e David Brunnstrom em Washington, Devjyot Ghoshal e Poppy McPherson em Bangcoc, e Shivam Patel e Neha Arora em Nova Délhi; reportagem adicional de Ernest Scheyder em Houston)

Reuters

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