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Espanha presta homenagem a vítimas de Franco 50 anos após sua morte

Espanha presta homenagem a vítimas de Franco 50 anos após sua morte

Reuters

31/10/2025

Placeholder - loading - Parentes de vítimas da ditadura de Francisco Franco na Espanha são homenageados no Auditório Nacional de Música, em Madrid 31/10/2025 REUTERS/Violeta Santos Moura
Parentes de vítimas da ditadura de Francisco Franco na Espanha são homenageados no Auditório Nacional de Música, em Madrid 31/10/2025 REUTERS/Violeta Santos Moura

Por David Latona

MADRID (Reuters) - O governo de esquerda da Espanha prestou homenagem nesta sexta-feira a vítimas da guerra civil do país e do governo de quatro décadas do general Francisco Franco, que morreu há 50 anos.

Franco chegou ao poder por meio de um golpe, em julho de 1936, contra o governo republicano democraticamente eleito, seguido por uma guerra de três anos vencida por seu exército.

Estimativas do governo dizem que cerca de 114.000 civis desapareceram, presumivelmente mortos pelas forças de Franco, durante a guerra e seu governo subsequente.

Em um evento intitulado 'Memória é Democracia', o primeiro-ministro Pedro Sanchez agradeceu àqueles que lutaram por uma Espanha democrática.

'Era necessário desmantelar uma ditadura atroz imposta pela força das armas, sustentada pela repressão e que roubou os direitos e liberdades mais básicos de milhões de espanhóis', disse ele a um auditório lotado de parentes das vítimas de Franco.

Aplaudido de pé, Sanchez apresentou declarações simbólicas de reconhecimento e reparação a 18 vítimas vivas da repressão e aos descendentes das vítimas já falecidas.

Uma delas foi Maria Luisa Ramos, 98 anos, que fugiu para a França e sobreviveu ao campo de concentração nazista de Mauthausen.

Outra foi a sobrinha do poeta e dramaturgo Federico Garcia Lorca, que foi assassinado pelas forças fascistas no início da guerra. O paradeiro dos restos mortais de Lorca ainda é desconhecido.

Sanchez lamentou uma onda de 'revisionismo que busca turvar nossa história a fim de obscurecer nosso presente, especialmente para as gerações mais jovens', promovida pela extrema direita em ascensão, e prometeu proteger as liberdades recuperadas desde a morte de Franco em 20 de novembro de 1975.

Em 2022, a coalizão governista de socialistas e representantes da extrema esquerda aprovou uma lei de Memória Democrática que aborda o legado de Franco, ordenando a remoção de símbolos franquistas e promovendo a busca e a exumação de vítimas enterradas em valas comuns.

No entanto, a sociedade espanhola continua dividida em grande parte entre a direita e a esquerda quando se trata de como ele é visto hoje. Pesquisa realizada este mês mostrou que 21,3% dos espanhóis consideram que a era de Franco foi 'boa' ou 'muito boa' para o país.

Reuters

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