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Estudo da USP mapeia consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil

Ultraprocessados compõem 30,5% da dieta em Florianópolis

Redação

01/07/2025

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Estudo da USP mapeia consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil

Dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2017-2018, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que os alimentos ultraprocessados já representam cerca de 20% do total de calorias ingeridas pela população brasileira.

Agora, um novo estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) traz uma análise detalhada sobre o consumo em cada um dos 5570 municípios do Brasil. O resultado aponta para uma heterogeneidade entre as cidades do país: pessoas que vivem na região Sul e no estado de São Paulo, por exemplo, têm consumo ainda mais elevado do que a média nacional.

A pesquisa “Estimativa da participação calórica de alimentos ultraprocessados nos municípios brasileiros”, publicada em 27 de junho pela Revista de Saúde Pública, utilizou um modelo estatístico para estimar a participação calórica de alimentos ultraprocessados nos municípios brasileiros – ou seja, quanto do total de calorias que os indivíduos ingerem provém desse tipo de alimento. A variação foi de 5,7% (em Aroeiras do Itaim, Piauí) a 30,5% (em Florianópolis, Santa Catarina).

Resultados

Na região Sul, que concentra o maior consumo de ultraprocessados, o estado de Santa Catarina teve as maiores estimativas, acima de 20%. O Paraná apresentou variação de 16% a 26,3%, enquanto o Rio Grande do Sul, entre 17,6% e 26,6%. No Sudeste, os municípios do estado de São Paulo tiveram as maiores estimativas, com a capital chegando a 25,5%. Já Vitória, no Espírito Santo, registrou a menor (16,7%). Minas Gerais apresentou grande heterogeneidade, com Frei Lagonegro a 13,8% e Belo Horizonte a 22,8%. No Rio de Janeiro, as estimativas variaram de 15,2% a 22,4%.

Já no Centro-Oeste, Goiás teve as menores estimativas, com Goiânia atingindo 19,4%, enquanto Brasília registrou 22,6%, a maior da região. No Nordeste, Piauí, Maranhão e Paraíba apresentaram as menores estimativas, enquanto a Bahia teve as maiores, com Salvador alcançando 25,7%. No Norte, Tocantins teve as menores estimativas, com Palmas chegando a 12,2%. Os estados do Pará e Amapá registraram as maiores estimativas da região.

Diferenças sociodemográficas e desigualdade

Segundo os pesquisadores, os resultados refletem as diferenças sociodemográficas – entre as regiões do país e entre os municípios de um mesmo estado. São considerados fatores determinantes, por exemplo, a proporção de moradores em áreas urbanas ou rurais, além da renda per capita de cada município.

Enquanto Maranhão, Piauí e Tocantins, estados com maior proporção de população rural, apresentaram as estimativas mais baixas de consumo de ultraprocessados, São Paulo, com grande concentração urbana, apresentou estimativas acima de 18%. Todas as 26 capitais e o Distrito Federal apresentaram estimativas mais elevadas na comparação com os demais municípios de seus respectivos estados.

A grande maioria dos municípios em que não há indivíduos com renda per capita acima de cinco salários mínimos apresentou estimativas muito inferiores de consumo do que aqueles onde mais de 15% da população possui uma renda per capita igual ou superior a cinco salários mínimos. Os municípios mais ricos têm estimativas de participação calórica de alimentos ultraprocessados acima de 20% (com exceção de Vitória, no Espírito Santo).

Os autores destacam, no entanto, que o consumo mais baixo de ultraprocessados em alguns municípios não significa necessariamente uma alimentação adequada e saudável: “Há evidências de que domicílios de baixa renda e das regiões rurais do país, por exemplo, possuem alto consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e ingredientes culinários, mas que esse consumo é marcado por alimentos básicos, como arroz, feijão, café, açúcar, farinhas e carnes, com baixo consumo de frutas, legumes e verduras”.

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