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Estudo revela que mais de três xícaras de café faz mal a hipertensos

Tomar até três xícaras, por outro lado, pode fazer bem ao coração.

Letícia Furlan

18/07/2019

Placeholder - loading - Café (Foto: Pixabay)
Café (Foto: Pixabay)

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) apontou que tomar mais de três xícaras por dia, das de 50 ml, pode ser prejudicial para quem tem predisposição a ter pressão alta. Isso porque exceder essa quantidade pode aumentar em até quatro vezes a possibilidade de o problema se manifestar.

Os pesquisadores descobriram, no entanto, que tomar até três xícaras traz benefícios e ajuda a evitar doenças cardiovasculares.

Segundo a nutricionista Andreia Machado Miranda, principal autora do estudo, os hábitos e a predisposição genética, isoladamente, já são fortes fatores de risco para a hipertensão. Agora, a equipe de pesquisadores se debruça nos impactos do consumo excessivo do café por pessoas saudáveis, mas que tenham predisposição genética a ter pressão alta.

O estudo

O estudo foi baseado no Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA-Capital 2008), realizado com 3 mil pessoas. Trata-se de um estudo completo com dados de estilo de vida, coleta de sangue e de DNA, informações bioquímicas e aferição da pressão arterial. “Definimos como pressão arterial normal valores abaixo de 140 por 90 milímetros de mercúrio (mmHg). Acima disso, era considerado pressão alta”, explica a pesquisadora.

Foram desenvolvidos escores genéticos de risco e o consumo de café dos participantes foi analisado – menos de uma xícara, entre uma e três xícaras, e mais de três xícaras –, além da pressão arterial deles.

“O consumo médio foi de duas xícaras e meia de café por dia. Nenhum dos participantes relatou o consumo de café descafeinado e quatro indivíduos falaram que consomem café expresso. O café é complexo. Ele é constituído por mais de 2 mil compostos químicos entre eles, a cafeína, que aumenta os níveis da pressão arterial.”

O levantamento revelou que o grupo que tinha a pontuação mais alta no escore genético e que bebia mais de três xícaras de café, a possibilidade de ter pressão alta era quatro vezes maior do que de quem não tinha a predisposição.

“Como a maior parte da população não sabe se tem a predisposição porque são dados de exames que não são habitualmente feitos, a pesquisa pode ajudar toda a população a saber qual o consumo adequado que deve ser feito de café”, afirma a pesquisadora.

Efeito protetor

Outro estudo realizado por Andreia mostrou que o consumo de uma a três xícaras de café por dia traz benefícios para a saúde cardiovascular. “Em todos os nossos estudos, constatamos o efeito protetor para a parte cardiovascular. O café é rico em polifenóis, compostos bioativos que têm ação no organismo e só existem nos alimentos de origem vegetal. O organismo não produz. Diversos estudos têm mostrado uma contribuição na redução de doenças crônicas, como a cardiovascular. Por causa do poder antioxidante, melhora a vasodilatação e permite que a pressão arterial não aumente.”

Futuro

O próximo passo do estudo é verificar o impacto do consumo de café em pacientes que já têm doenças cardiovasculares. A previsão é de analisar, no período de quatro anos, dados de 1.085 pacientes atendidos no Hospital Universitário da USP.

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