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Esvaziada pela guerra, cidade onde Jesus nasceu prevê 'pior Natal de todos os tempos'

Placeholder - loading - Igreja da Natividade, em Belém, na Cisjordânia 09/12/2023 REUTERS/Lucy Marks
Igreja da Natividade, em Belém, na Cisjordânia 09/12/2023 REUTERS/Lucy Marks

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Por Sinan Abu Mayzer e Lucy Marks

BELÉM, Cisjordânia (Reuters) - Local de nascimento de Jesus, Belém normalmente fica bastante movimentada no Natal, mas neste ano a guerra afugentou turistas e peregrinos da cidade palestina na Cisjordânia ocupada por Israel, deixando hotéis, restaurantes e lojas de souvenirs às moscas.

Com as manchetes globais dominadas desde 7 de outubro pelas notícias dos ataques do Hamas ao sul de Israel, seguidos pelo ataque militar de Israel a Gaza e pelo aumento da violência na Cisjordânia, os empresários em Belém disseram que ninguém viria.

'Não temos hóspedes. Nenhum', disse Joey Canavati, proprietário do Alexander Hotel, cuja família vive e trabalha em Belém há quatro gerações. 'Este é o pior Natal de todos. Belém está fechada para o Natal. Sem árvore de Natal, sem alegria, sem espírito natalino', disse.

Localizada ao sul de Jerusalém, Belém depende fortemente de turistas de todo mundo que visitam a Igreja da Natividade -- que os cristãos acreditam estar no local onde Jesus nasceu -- para obter renda e empregos.

Canavati disse que antes de 7 de outubro seu hotel estava lotado para o Natal, a tal ponto que ele procurava quartos em outros lugares da cidade para ajudar pessoas nas quais não conseguia se encaixar.

Desde o início da guerra, todos cancelaram, inclusive as reservas para o próximo ano. “Tudo o que recebemos por e-mail é cancelamento, após cancelamento, após cancelamento”, disse Canavati.

Ele levou a Reuters TV para conhecer o hotel, abrindo portas para quartos vazios e mostrando a sala de jantar silenciosa.

'Tínhamos pelo menos 120 pessoas jantando aqui todas as noites e estava lotado. O barulho, as pessoas. Vazio. Sem café da manhã de Natal, sem jantar de Natal, sem bufê de Natal', disse ele.

Desde a guerra de 1967 entre Israel e os países árabes vizinhos, Israel ocupa a Cisjordânia, região que os palestinos querem como o núcleo de um futuro Estado independente.

Israel construiu assentamentos judaicos, considerados ilegais pela maioria dos países, em todo o território. Israel contesta isto, citando laços históricos e bíblicos com a terra. Vários dos seus ministros vivem em assentamentos e são favoráveis à sua expansão.

Desde 7 de outubro, a Cisjordânia tem registrado um aumento nos ataques de colonos judeus contra palestinos, que já atingiram o máximo dos últimos 15 anos este ano, antes do ataque do Hamas.

A Praça da Manjedoura de Belém, um grande espaço pavimentado em frente à Igreja da Natividade, que normalmente serve como ponto focal para as celebrações do Natal, estava silenciosa e quase vazia, assim como as ruas próximas, onde a maioria das lojas de souvenirs estavam fechadas.

Rony Tabash, que vende crucifixos, imagens da Virgem Maria e outros itens religiosos na loja de sua família, estava arrumando prateleiras e mercadorias para passar o tempo.

“Estamos há quase dois meses sem nenhum peregrino, nenhum turista”, disse ele, acrescentando que mantém a loja aberta como forma de evitar o desespero. “Queremos sentir que tudo voltará, como se fosse uma vida normal.”

Escrito por Reuters

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