Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1

EUA reavaliam equipamentos chineses no setor de energia após descoberta de itens de comunicação

EUA reavaliam equipamentos chineses no setor de energia após descoberta de itens de comunicação

Reuters

14/05/2025

Placeholder - loading - Painéis solares em Northfield, Massachusetts, EUA 22/04/2022 REUTERS/Brian Snyder
Painéis solares em Northfield, Massachusetts, EUA 22/04/2022 REUTERS/Brian Snyder

Por Sarah McFarlane

LONDRES (Reuters) - Autoridades dos Estados Unidos estão reavaliando o risco representado por equipamentos fabricados na China que desempenham um papel crítico na infraestrutura de energia renovável, depois que dispositivos de comunicação foram encontrados dentro de alguns deles, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto.

Inversores de energia, produzidos predominantemente na China, são usados em todo o mundo para conectar painéis solares e turbinas eólicas às redes elétricas. Também são encontrados em baterias, bombas de calor e carregadores de veículos elétricos.

Embora os inversores sejam projetados para permitir acesso remoto para atualizações e manutenção, as empresas de serviços públicos que os utilizam normalmente instalam firewalls (barreiras) para impedir a comunicação direta com a China.

No entanto, dispositivos de comunicação não listados nos documentos do produto foram encontrados em alguns inversores de energia solar chineses por especialistas dos EUA, que desmontaram equipamentos conectados às redes para verificar se havia problemas de segurança, disseram as duas fontes.

Nos últimos nove meses, dispositivos de comunicação não documentados, incluindo rádios celulares, também foram encontrados em algumas baterias de vários fornecedores chineses, disse uma deles.

A Reuters não conseguiu determinar quantos inversores de energia solar e baterias eles analisaram.

Os dispositivos invasores fornecem canais de comunicação adicionais e não documentados que podem permitir que firewalls sejam contornados remotamente, com consequências potencialmente catastróficas, disseram as duas pessoas.

Ambas não quiseram ser identificadas porque não tinham permissão para falar com a imprensa.

'Sabemos que a China acredita que há valor em colocar pelo menos alguns elementos de nossa infraestrutura central em risco de destruição ou interrupção', disse Mike Rogers, ex-diretor da Agência de Segurança Nacional dos EUA. 'Acredito que os chineses, em parte, esperam que o uso generalizado de inversores limite as opções que o Ocidente tem para lidar com a questão da segurança.'

Um porta-voz da embaixada chinesa em Washington disse: 'Nós nos opomos à generalização do conceito de segurança nacional, distorcendo e difamando as conquistas de infraestrutura da China'.

O uso de dispositivos de comunicação não autorizados para contornar firewalls e desligar inversores remotamente, ou alterar suas configurações, pode desestabilizar redes elétricas, danificar a infraestrutura energética e provocar apagões generalizados, disseram especialistas.

'Isso significa efetivamente que existe uma maneira integrada de destruir fisicamente a rede', disse uma das pessoas.

As duas fontes se recusaram a nomear os fabricantes chineses dos inversores e baterias com dispositivos de comunicação extras, ou a dizer quantos encontraram no total.

A existência dos dispositivos não identificados não havia sido relatada anteriormente. O governo dos EUA não reconheceu publicamente as descobertas.

Solicitado a comentar, o Departamento de Energia dos EUA (DOE, na sigla em inglês) disse que avalia continuamente os riscos associados às tecnologias emergentes e que há desafios significativos com os fabricantes divulgando e documentando funcionalidades.

'Embora essa funcionalidade possa não ter intenção maliciosa, é fundamental que os compradores tenham um entendimento completo dos recursos dos produtos recebidos', disse um porta-voz.

O trabalho está em andamento para resolver quaisquer lacunas nas divulgações por meio da 'Lista de Materiais de Software' -- ou inventários de todos os componentes que compõem um aplicativo de software -- e outros requisitos contratuais, disse o porta-voz.

EQUIPAMENTOS CONFIÁVEIS

À medida que as tensões entre EUA e China aumentam, os EUA e outros países estão reavaliando o papel da China na infraestrutura estratégica, devido a preocupações com potenciais vulnerabilidades de segurança, disseram dois ex-funcionários do governo.

Em fevereiro, dois senadores dos EUA apresentaram a Lei de Desacoplamento da Dependência de Baterias Adversárias Estrangeiras, proibindo o Departamento de Segurança Interna de comprar baterias de algumas entidades chinesas, a partir de outubro de 2027, devido a preocupações com a segurança nacional.

O projeto de lei foi encaminhado ao Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais do Senado em 11 de março e ainda não foi promulgado.

O objetivo é impedir que o Departamento de Segurança Interna adquira baterias de seis empresas chinesas que Washington afirma estarem intimamente ligadas ao Partido Comunista da China: Contemporary Amperex Technology Company (CATL), BYD, Envision Energy, EVE Energy, Hithium Energy Storage Technology Company e Gotion High-tech Company.

Nenhuma das empresas respondeu aos pedidos de comentários.

As concessionárias de serviços públicos agora estão se preparando para proibições semelhantes aos fabricantes chineses de inversores, disseram três pessoas com conhecimento do assunto.

Algumas concessionárias, incluindo a maior fornecedora de energia da Flórida, a Florida Power & Light Company, estão tentando minimizar o uso de inversores chineses, adquirindo equipamentos de outros lugares, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto. A FPL não respondeu aos pedidos de comentário.

O porta-voz do DOE disse: 'À medida que a produção nacional se consolida, o DOE está trabalhando em todo o governo federal para fortalecer as cadeias de suprimentos dos EUA, oferecendo oportunidades adicionais para integrar equipamentos confiáveis à rede elétrica.'

(Reportagem adicional de Andrius Sytas em Vilnius)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS FDC

Reuters

Compartilhar matéria

Mais lidas da semana

 

Carregando, aguarde...

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.