Europeus discutem força de paz na Ucrânia, mas há grandes questões sem resposta
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Por Andrew Gray e Benoit Van Overstraeten
BRUXELAS (Reuters) - Os ministros da Defesa de cerca de 30 países se reuniram em Bruxelas nesta quinta-feira para discutir uma 'força de garantia' para a Ucrânia no caso de um cessar-fogo na guerra com a Rússia, mas as principais questões sobre sua missão e qualquer apoio dos Estados Unidos permanecem sem resposta.
O encontro na sede da Otan foi o mais recente de uma série de reuniões da 'coalizão dos dispostos' -- formada principalmente por nações europeias, lideradas pelo Reino Unido e pela França -- sobre como consolidar a paz se os EUA intermediarem o fim dos combates.
'Juntos, estamos nos preparando como um só, prontos para garantir o futuro da Ucrânia após qualquer acordo de paz', disse o secretário de Defesa britânico, John Healey, no início da reunião.
'Avançamos o ímpeto desse planejamento aqui hoje, planejando colocar a Ucrânia na posição mais forte possível, para proteger sua soberania e impedir qualquer nova agressão russa.'
Muitas das autoridades europeias de alto escalão avaliam que o presidente russo, Vladimir Putin, não está interessado em interromper a invasão, mas estão ansiosas para mostrar ao presidente dos EUA , Donald Trump, que estão prontas para desempenhar seu papel se sua aproximação com Moscou der resultado.
Trump deixou clara sua expectativa de que os europeus garantam qualquer paz que possa resultar das negociações de seu governo. A Ucrânia disse estar pronta para aceitar um cessar-fogo, enquanto a Rússia disse que precisa de respostas a várias perguntas antes de tomar uma decisão.
As nações europeias afirmam que estão prontas para se mobilizar, mas provavelmente precisariam de garantias de que as forças dos EUA viriam em seu auxílio e ajudariam com logística e inteligência para serem enviadas à Ucrânia. Até o momento, Trump se recusou a fornecer tais garantias.
Ao chegarem à reunião, vários ministros disseram que precisavam de mais clareza sobre eventual missão de qualquer força de garantia e suas regras de engajamento antes de decidirem se contribuem com tropas.
'Não excluo a possibilidade de a Suécia participar, mas há uma série de questões que precisam ser esclarecidas', disse o ministro da Defesa sueco, Pal Jonson.
O ministro da Defesa da Holanda, Ruben Brekelmans, disse que era importante discutir como uma força operaria em diferentes cenários, e como ela poderia operar com uma possível força de monitoramento de cessar-fogo.
'É importante que haja uma imagem clara do que essa missão implicaria e, então, poderemos também ter nosso processo nacional de tomada de decisões', disse ele.
(Reportagem adicional de Lili Bayer)
Escrito por Reuters
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