EXCLUSIVO-Diante das tarifas de Trump, Vietnã busca reprimir parte do comércio com a China
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Por Francesco Guarascio
HANÓI (Reuters) - Na esperança de evitar as tarifas punitivas dos Estados Unidos, o Vietnã está preparado para reprimir o envio de produtos chineses para os Estados Unidos por meio de seu território e reforçará os controles sobre exportações sensíveis para a China, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto e um documento do governo visto pela Reuters.
A oferta, cujos detalhes foram relatados pela Reuters pela primeira vez, foi feita no momento em que autoridades norte-americanas graduadas, incluindo o influente conselheiro comercial da Casa Branca, Peter Navarro, levantaram preocupações sobre os produtos chineses enviados para os Estados Unidos com rótulos 'Made in Vietnam', que geram taxas mais baixas.
Há semanas, o Vietnã vem oferecendo incentivos que, esperava, persuadiriam o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, a ter uma visão benigna de seu enorme superávit comercial com os Estados Unidos. Em vez disso, o país foi atingido por uma tarifa de 46% como parte do 'Dia da Libertação' de Trump.
Embora a tarifa tenha sido suspensa por 90 dias, os dois países concordaram em iniciar conversações depois que um vice-primeiro-ministro vietnamita se reuniu com o representante comercial dos EUA na quarta-feira.
O Vietnã, que depende de exportações, espera que as tarifas sejam reduzidas para uma faixa de 22% a 28%, ou até menos, de acordo com três pessoas com conhecimento do assunto.
Uma delas disse que as autoridades norte-americanas haviam sinalizado que essa faixa era provável, durante uma reunião bilateral em março.
O Ministério do Comércio do Vietnã e o gabinete do representante comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês) não retornaram um pedido de comentário.
Ao anunciar o início das negociações comerciais com os EUA na quinta-feira, o governo do Vietnã disse em seu portal oficial que iria reprimir a 'fraude comercial' Ele não forneceu detalhes específicos.
Desde o primeiro mandato de Trump, muitas empresas multinacionais implementaram uma política de 'China mais um', instalando fábricas no Vietnã para reduzir a exposição a Pequim.
A nação do sudeste asiático está em uma situação difícil, pois tenta preservar o comércio com os EUA, que é seu maior mercado de exportação e um parceiro de segurança. Ao mesmo tempo, Hanói não quer antagonizar a China, que é uma das principais fontes de investimento, bem como um vizinho com o qual entrou em conflito sobre as fronteiras no Mar do Sul da China.
Escrito por Reuters
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