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Famílias fazem fila no IML do Rio em busca de respostas após operação policial

Famílias fazem fila no IML do Rio em busca de respostas após operação policial

Reuters

30/10/2025

Placeholder - loading - Policial segura arma enquanto moradores dos complexos de favelas do Alemão e da Penha protestam do lado de fora da sede do governo do Estado do Rio de Janeiro 29/10/2025 REUTERS/Ricardo Moraes
Policial segura arma enquanto moradores dos complexos de favelas do Alemão e da Penha protestam do lado de fora da sede do governo do Estado do Rio de Janeiro 29/10/2025 REUTERS/Ricardo Moraes

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Famílias fizeram fila no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro nesta quinta-feira para identificar parentes mortos na operação policial mais letal da história do Brasil, e começaram a ser realizados os funerais de quatro policiais que morreram durante a operação.

As autoridades informaram que pelo menos 121 pessoas, incluindo os policiais, morreram nas incursões de terça-feira contra a facção criminosa Comando Vermelho, que controla o tráfico de drogas em várias favelas da cidade.

Muitos dos corpos dos mortos foram retirados por moradores de uma área de mata próxima à favela da Penha na noite de terça-feira.

Na manhã de quinta-feira, mais de 100 corpos ainda aguardavam autópsias ou identificação no IML. Os parentes ficaram do lado de fora, olhando através da cerca e esperando por novidades.

Alguns moradores locais disseram ter encontrado cadáveres com membros amarrados e sinais de tortura, provocando protestos e reações políticas negativas em um país onde a polícia matou mais de 6.000 pessoas no ano passado, de acordo com dados do governo.

Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, disse nesta quinta-feira não acreditar em má conduta dos policiais na operação, mas afirmou que, caso tenha ocorrido, será investigada.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), considerou a operação um sucesso e disse que as 'únicas vítimas' foram os policiais mortos. Todos os outros mortos eram criminosos, disse ele.

Castro deve se reunir nesta quinta-feira com vários governadores de direita, que viajaram ao Rio para demonstrar apoio.

LULA PROMETE COMBATER O CRIME ORGANIZADO

Um grupo de parlamentares de esquerda, liderado pela deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), visitou o bairro da Penha para se reunir e conversar com os moradores locais.

'(Vamos) acompanhar de perto a situação após mais uma chacina nas favelas', disse ela nas redes sociais, pedindo 'verdade, justiça e responsabilização diante de mais uma operação marcada por violações de direitos'.

As autoridades das Nações Unidas criticaram as pesadas baixas da operação de estilo militar e disseram que deveria haver uma investigação.

Santos disse que não há conexão entre as invasões e os eventos globais que o Rio sediará na próxima semana, ligados às negociações climáticas da COP30 da ONU, incluindo a cúpula C40 de prefeitos que tratam do aquecimento global e o Prêmio Earthshot, do príncipe britânico William.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu um trabalho coordenado que atinja o crime organizado sem colocar em risco a polícia e famílias inocentes.

Na quinta-feira, ele sancionou um projeto de lei que visa aumentar a proteção dos funcionários públicos envolvidos no combate ao crime organizado.

'O governo do Brasil não tolera as organizações criminosas e atua para combatê-las com cada vez mais vigor', escreveu ele nas redes sociais.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier, Janaína Quinet e Leonardo Benassatto)

Reuters

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