Fazenda diz que deve rever projeção de alta do PIB em 2024 após dado do 3º tri
Fazenda diz que deve rever projeção de alta do PIB em 2024 após dado do 3º tri
Reuters
03/12/2024
Atualizada em 03/12/2024
(Reuters) - O Ministério da Fazenda informou nesta terça-feira que deve revisar novamente sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto deste ano, atualmente em 3,3%, após o dado do terceiro trimestre ter ficado acima da expectativa da pasta.
Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta manhã, a produção econômica do país cresceu 0,9% no terceiro trimestre frente ao período imediatamente anterior. Em boletim divulgado no mês passado, a Fazenda previu uma expansão de 0,7% na margem, no que foi um ajuste sobre o avanço de 0,6% projetado em setembro.
No documento, quando foi divulgada a previsão atual de 3,3% para o crescimento do PIB em 2024, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do ministério já havia subido sua projeção para o ano, depois de prever um crescimento de 3,2% em setembro.
'A projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços', afirmou a SPE, em nota nesta terça.
'A atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração na margem', completou.
A diferença entre os dados oficiais do PIB e a projeção da Fazenda se deu principalmente em relação ao setor de serviços -- que responde por cerca de 70% da economia do país.
De acordo com o IBGE, o setor de serviços avançou 0,9% no terceiro trimestre, acima da alta de 0,7% projetada pela Fazenda no mês passado.
Segundo a SPE, a política monetária mais contracionista deve restringir o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos, mas o mercado de trabalho deve seguir resiliente, estimulando a produção e o e consumo das famílias.
Apesar do resultado do terceiro trimestre representar uma desaceleração em relação ao período anterior, quando a economia cresceu 1,4%, o número reforçou a percepção de resiliência da atividade econômica, o que, segundo analistas, pode significar um maior aperto da política monetária pelo Banco Central.
'O avanço expressivo do PIB é bem recebido e reforça a expectativa de taxas de juros mais altas no Brasil', disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne nos dias 10 e 11 de dezembro para a última reunião do ano. Operadores colocam 78% de chance em uma alta de 0,75 percentual na Selic, atualmente em 11,25% ao ano.
(Por Isabel Versiani e Fernando Cardoso)
Reuters