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Fazenda sugere que pressão de mercado de trabalho aquecido na inflação de serviços está menor

Fazenda sugere que pressão de mercado de trabalho aquecido na inflação de serviços está menor

Reuters

21/03/2024

Placeholder - loading - Homem faz a barba em barbearia de São Paulo 11/03/2017 REUTERS/Paulo Whitaker
Homem faz a barba em barbearia de São Paulo 11/03/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - A pressão relativa de um mercado de trabalho aquecido sobre a inflação de serviços se reduziu nos últimos anos, sugeriu análise publicada nesta quinta-feira pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, em meio à preocupação do Banco Central sobre o comportamento de preços nesse setor.

“Embora os rendimentos do trabalho sigam ainda importantes para explicar a dinâmica dos preços de serviços, a importância relativa dos salários comparativamente aos demais custos parece ter diminuído recentemente”, disse a pasta em um box inserido em seu boletim macrofiscal.

Os preços de serviços vêm sendo acompanhados de perto pelo BC para a condução da política monetária, em um ambiente de mercado de trabalho resiliente que tende a elevar os gastos dos consumidores, além de aumentar custos para atividades intensivas em mão de obra.

O estudo da SPE analisou aspectos da inflação de serviços subjacentes, que desconsideram itens mais voláteis, apontando que esse dado voltou a acelerar de novembro de 2023 a janeiro deste ano, movimento que vem sendo atribuído por analistas a pressões do mercado de trabalho.

A pasta reconheceu que a inflação de serviços é composta por itens sensíveis aos rendimentos dos trabalhadores, mas argumentou que preços de importados e do atacado também impactam o setor, citando itens como alimentação fora do domicílio, conserto de automóveis e tratamento de animais.

Apresentando cálculos sobre o setor, a pasta afirmou que o impacto dos rendimentos dos trabalhadores sobre os preços de serviços “vem se reduzindo de maneira considerável nos últimos anos, sobretudo após a pandemia”.

Entre os possíveis motivos para essa mudança, a SPE citou a digitalização de atividades e o trabalho remoto, que reduzem custos do setor.

A secretaria ainda avaliou dados de serviços intensivos em mão de obra em comparação com outras atividades do setor. A conclusão foi que embora a inflação de serviços intensivos em trabalho siga em patamar superior a dos demais subitens, a pressão de preços nessa categoria em janeiro repercutiu com menos intensidade itens relacionados ao mercado de trabalho.

O documento afirma ainda que os preços da categoria intensiva em trabalho têm subido, o que pode estar relacionado à política de valorização do salário mínimo, “embora não explique, isoladamente, a elevação mais recente da inflação de serviços subjacentes”.

A pasta também argumentou, por outro lado, que os reajustes do piso nacional estimulam o aumento da participação no mercado de trabalho, o que poderia aliviar pressões salariais.

O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de quarta-feira, quando a taxa básica de juros foi reduzida para 10,75% ao ano, não mencionou diretamente as pressões do mercado de trabalho sobre a inflação de serviços.

O BC disse apenas que as medidas de inflação subjacente, como um todo, se situaram acima da meta de inflação nas divulgações recentes. É possível que uma abertura na análise do setor seja apresentada na ata do Copom a ser divulgada na próxima terça-feira.

Reuters

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