Fed deve permanecer em pausa com mercado de trabalho ainda resiliente
Fed deve permanecer em pausa com mercado de trabalho ainda resiliente
Reuters
03/07/2025
(Reuters) - Um mercado de trabalho ainda forte, apesar de alguma pressão causada por tarifas e pela repressão à imigração, deve impedir que o Federal Reserve reduza a taxa de juros até setembro e que realize mais de dois cortes de 0,25 ponto percentual durante todo o ano, de acordo com operadores nesta quinta-feira
O relatório mensal de emprego dos EUA mostrou que foram criados 147.000 postos de trabalho em junho, em dado acima do esperado, e a taxa de desemprego recuou de forma inesperada para 4,1%. Um relatório separado mostrou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram.
Os dados fecharam a porta para um corte na taxa de juros pelo Fed em julho, que havia sido aberta nas últimas semanas pelos diretores Christopher Waller e Michelle Bowman, que pediram uma ação rápida para evitar a deterioração do mercado de trabalho.
'Os dados de hoje... desmentem completamente o argumento de cortes iminentes nos juros e implicam que não há absolutamente nenhuma urgência para o apoio do Fed', disse Seemah Shah, estrategista-chefe da Principal Asset Management. 'Esperamos que o primeiro corte ocorra no final de 2025.'
No mês passado, o Fed deixou a taxa de juros inalterada na faixa de 4,25% a 4,50%, onde está desde dezembro. A decisão atraiu a fúria do presidente Donald Trump, que acredita que, com o arrefecimento da inflação, o banco central dos EUA deveria estar reduzindo drasticamente os juros.
Na terça-feira, o chair do Fed, Jerome Powell, reiterou os planos do banco central de 'esperar e aprender mais' sobre o quanto as tarifas aumentam a inflação antes de reduzir os juros novamente.
Os juros futuros indicavam apenas 5% de chance de um corte pelo Fed em julho, abaixo dos 25% antes do relatório do Departamento do Trabalho.
Os operadores agora veem apenas dois cortes nos juros até dezembro --antes, eles esperavam três reduções até o final do ano.
(Reportagem de Ann Saphir)
Reuters