FMI deve vender reservas de ouro para ajudar países atingidos pelas mudanças climáticas, diz estudo
FMI deve vender reservas de ouro para ajudar países atingidos pelas mudanças climáticas, diz estudo
Reuters
13/11/2024
Por Duncan Miriri
NAIRÓBI (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) deveria vender 4% de suas reservas de ouro para ajudar a oferecer alívio sobre a dívida de países de baixa renda devastados por catástrofes climáticas, de acordo com um estudo, à medida que o tema do financiamento climático domina as negociações da COP29.
Do Caribe à África, países de baixa renda têm recorrido ao FMI nos últimos anos em busca de apoio para enfrentar choques como a pandemia da Covid-19, aumentando os pagamentos ao credor nos anos seguintes.
Embora o FMI tenha um mecanismo conhecido como Catastrophe Containment Relief Trust (CCRT), ele abrange somente 30 países pobres e tem apenas 103 milhões de dólares disponíveis, disseram pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston.
O CCRT é usado para pagar os empréstimos de um Estado membro elegível ao FMI por até dois anos, proporcionando alívio imediato e permitindo que esses fundos sejam direcionados a outras prioridades.
'Muitos países vulneráveis ao clima não têm conseguido acessar o CCRT, pois seus critérios de elegibilidade não levam em conta a vulnerabilidade climática e o financiamento é severamente limitado', disseram os pesquisadores em um relatório.
A solução está na venda de alguns dos 90,5 milhões de onças de ouro do FMI, segundo o relatório, aproveitando os preços elevados para impulsionar o fundo e cobrir mais países.
A venda de 4% do ouro do FMI geraria 9,52 bilhões de dólares, segundo o estudo, cobrindo a dívida de 86 países.
'Com os preços atuais do ouro acima de 2.600 dólares por onça, a venda de uma pequena fração do ouro tem o potencial de gerar receitas significativas e reabastecer facilmente o CCRT', disse o estudo.
O ouro estava sendo negociado a 2.606,42 dólares por onça nesta quarta-feira.
As vendas de reservas de ouro do FMI são raras. A última foi entre 2009 e 2010, quando o FMI se desfez de um oitavo de suas reservas, o que foi desencadeado pela necessidade de aumentar sua capacidade de empréstimo.
Reuters