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Gaza precisa de aumento expressivo na ajuda humanitária, diz chefe de assistência da ONU

Gaza precisa de aumento expressivo na ajuda humanitária, diz chefe de assistência da ONU

Reuters

15/10/2025

Placeholder - loading - Imagem de satélite mostra caminhões com ajuda humanitária na passagem de fronteira de Kerem Shalom, na Faixa de Gaza  15/10/2025 Satellite image ©2025 Vantor/Divulgação via REUTERS
Imagem de satélite mostra caminhões com ajuda humanitária na passagem de fronteira de Kerem Shalom, na Faixa de Gaza 15/10/2025 Satellite image ©2025 Vantor/Divulgação via REUTERS

Por Nidal al-Mughrabi

CAIRO (Reuters) - As Nações Unidas buscam um aumento drástico na ajuda humanitária para Gaza, afirmando que as centenas de caminhões de socorro autorizados a entrar sob um cessar-fogo no enclave devastado não chegam nem perto dos milhares necessários para amenizar o desastre humanitário instalado.

Tom Fletcher, subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários e principal coordenador de ajuda emergencial, disse à Reuters em uma entrevista que milhares de veículos humanitários deveriam entrar semanalmente para evitar uma catástrofe ainda maior.

'Temos 190.000 toneladas métricas de provisões nas fronteiras esperando para entrar e estamos determinados a entregar. São alimentos e nutrição essenciais que salvam vidas', disse Fletcher.

A guerra aérea e terrestre de dois anos de Israel contra o grupo militante palestino Hamas expulsou quase todos os 2,2 milhões de habitantes de Gaza de suas casas, e a fome extrema assola o norte, segundo monitores globais.

NÃO O SUFICIENTE

Autoridades israelenses disseram que 600 caminhões obtiveram autorização para entrar no território bloqueado sob o atual acordo de trégua mediado pelos Estados Unidos. Para Fletcher, o número configura uma 'boa base', mas não é o bastante para atender à escala da necessidade.

Fletcher pediu que mais de 50 ONGs internacionais, incluindo a Oxfam e o Conselho Norueguês de Refugiados, fossem autorizadas a levar ajuda. Segundo ele, a questão foi levada a Israel, os Estados Unidos e outros parceiros regionais.

'Não podemos oferecer a escala necessária sem a presença e o envolvimento dessas organizações. Portanto, queremos que eles voltem a participar', disse.

Fletcher afirmou que a pilhagem de caminhões de ajuda -- flagelo frequente durante os combates -- caiu drasticamente nos últimos dias com o aumento das entregas.

'Se você está recebendo apenas 60 caminhões por dia, pessoas desesperadas e famintas atacarão esses caminhões. A maneira de acabar com os saques é entregar ajuda em grande escala e fazer com que o setor privado e os mercados comerciais voltem a funcionar.'

Fletcher recebeu com satisfação a oferta da Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente, de atuar na reabertura da passagem de Rafah pela fronteira com o Egito para as entregas de ajuda prevista para quinta-feira. Israel impôs um atraso por conta do que considerou demora do Hamas em devolver corpos dos reféns mortos sob os termos do acordo de cessar-fogo.

O subsecretário aproveitou para destacar que as retiradas de pacientes médicos através da passagem seriam uma prioridade, citando conversas recentes com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi e o presidente palestino Mahmoud Abbas.

'PRECISAMOS DE PAZ'

Ele lembra que, para que os novos esforços de ajuda sejam bem-sucedidos, o acordo de cessar-fogo deve ser mantido.

'Precisamos de paz. Dessa forma, poderemos ampliar enormemente nossas operações. Precisamos que o mundo continue apoiando esse plano de paz.'

Vastas faixas do território costeiro estreito e altamente povoado foram reduzidas a um terreno baldio pelos bombardeios e ataques aéreos israelenses que mataram cerca de 68.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza.

A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 foram levadas como reféns para Gaza, de acordo com registros israelenses.

Os 20 reféns vivos restantes foram libertados na segunda-feira em troca de milhares de palestinos presos em Israel.

(Reportagem de Nidal al-Mughrabi)

Reuters

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