Goldman Sachs corta Bradesco para venda com previsão de recuperação do ROE mais lenta
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas do Goldman Sachs cortaram a recomendação das ações do Bradesco para 'venda' e reduziram o preço-alvo dos papéis para R$11,40, de R$14 anteriormente, conforme relatório enviado a clientes mais cedo nesta quarta-feira, assinado por Tito Labarta e equipe.
Na bolsa paulista, as preferenciais do banco recuavam 5,05%, a R$11,66, o pior desempenho do setor no Ibovespa. Itaú PN caía 2,83%, Banco do Brasil ON cedia 1,89% e Santander Brasil Unit perdia 0,04%.
'Apesar de o Bradesco continuar a negociar perto de mínimas históricas e com um desconto acentuado em relação aos pares do Brasil, sua recuperação gradual da lucratividade provavelmente levará muito mais tempo do que esperávamos inicialmente', afirmaram os analistas.
'Nossas estimativas para o Bradesco implicam que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) permanece abaixo do custo de capital (COE, na sigla em inglês) em termos anuais até pelo menos 2027.'
Eles destacaram que o ambiente macro desafiador no Brasil pode tornar a recuperação em andamento ainda mais difícil, 'principalmente para um banco que precisa aumentar sua carteira de empréstimos para recuperar a lucratividade com um índice de capital abaixo da média, ao mesmo tempo em que faz investimentos significativos para ganhar participação de mercado com clientes de renda mais alta'.
Na semana passada, o Bradesco reportou balanço de 2024 e previsões para 2025, quando espera uma desaceleração do crescimento da sua carteira de crédito, enquanto o CEO, Marcelo Noronha, afirmou que um crescimento mais devagar do banco retarda um pouco o nível de retorno que poderia ter. Em 2024, o ROAE ficou em 11,7%.
Em paralelo, o Goldman Sachs elevou a recomendação da units do Santander Brasil para neutra, argumentando que a unidade brasileira do espanhol Santander conseguiu registrar ROE acima do custo do capital próprio nos últimos três trimestres, pelo menos, o que os analistas acreditam que pode continuar.
O preço-alvo dos papéis passou de R$25 para R$28, um 'upside' potencial de quase 7% em relação ao fechamento da véspera.
Escrito por Reuters
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