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Governo central tem déficit primário de R$59,1 bi em julho, segundo pior resultado para o mês

Governo central tem déficit primário de R$59,1 bi em julho, segundo pior resultado para o mês

Reuters

28/08/2025

Placeholder - loading - Moedas de real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
Moedas de real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

Atualizada em  28/08/2025

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central registrou déficit primário de R$59,124 bilhões em julho, ante um saldo negativo de R$8,868 bilhões no mesmo mês de 2024, uma piora fortemente impactada por uma mudança no calendário de pagamentos de precatórios, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira.

O resultado foi o segundo pior para o mês da série histórica iniciada em 1997, melhor apenas que julho de 2020, durante a pandemia de Covid-19, quando o saldo ficou negativo em R$120,6 bi em valor corrigido pela inflação.

O desempenho do mês passado foi decorrente de uma alta real de 3,9% na receita líquida -- que exclui transferências para governos regionais -- e uma alta real de 28,3% nas despesas totais em comparação com julho de 2024.

Do lado das despesas, a alta foi resultado de maiores desembolsos de benefícios previdenciários (+26,8%), e pessoal e encargos sociais (+17,9%), influenciados pelo adiamento para o mês de julho do pagamento de precatórios deste ano, que somou R$60,5 bilhões -- no ano passado o desembolso foi realizado no primeiro semestre.

Por outro lado, houve recuo de 61,4% (-R$2,1 bilhões) em gastos com créditos extraordinários e de 19,3% (-R$4,2 bilhões) em despesas discricionárias.

O desempenho das receitas foi influenciado por um aumento real de 5,8% na arrecadação administrada pela Receita Federal, que engloba a coleta de impostos de competência da União.

Entre os principais ganhos estão uma alta de 7% com Imposto de Renda, R$4,8 bilhões acima do observado em julho de 2024, 13,6% com Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), uma elevação de R$3,8 bilhões, e de 15,7% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), acréscimo de R$881 milhões, após o governo aumentar alíquotas deste tributo.

No sentido oposto, houve recuo de 24,9% (ou R$2,3 bilhões) na arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Já as receitas não administradas pela Receita subiram 0,3%, com estabilidade em ganhos com concessões e dividendos.

DADOS ACUMULADOS

No acumulado dos primeiros sete meses deste ano, o governo central registrou um déficit primário de R$70,270 bilhões. No mesmo período em 2024, foi registrado um saldo negativo de R$76,240 bilhões.

No acumulado dos últimos 12 meses, o governo registrou um déficit de R$34,1 bilhões, equivalente a 0,3% do PIB.

A meta de resultado primário para 2025 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que corresponde a cerca de R$31 bilhões.

Nos primeiros sete meses do ano, houve alta real de 3% na receita líquida do governo, ao passo que as despesas totais subiram 2% em comparação com o mesmo período de 2024.

Em entrevista à imprensa, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o governo cumprirá a meta fiscal deste ano se for mantida a média dos últimos anos na execução das contas públicas.

'Estamos caminhando firme para o cumprimento do resultado', disse.

(Por Bernardo Caram)

Reuters

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