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Governo colombiano segue aberto a processo de paz com ELN, diz comissário

Placeholder - loading - Otty Patiño em Bogotá  10/10/2023   REUTERS/Luisa Gonzalez
Otty Patiño em Bogotá 10/10/2023 REUTERS/Luisa Gonzalez

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Por Luis Jaime Acosta

BOGOTÁ (Reuters) - A Colômbia continua aberta ao diálogo com os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), apesar de sua recente ofensiva no leste do país, disse o comissário de paz colombiano Otty Patiño, enquanto o governo avança em um processo separado com cerca de 300 combatentes que saíram do grupo.

O governo do presidente Gustavo Petro suspendeu os diálogos de paz com o ELN em janeiro, depois que os rebeldes lançaram uma série de ataques na região de Catatumbo, ao longo da fronteira com a Venezuela, causando cerca de 100 mortes e deslocando cerca de 56.000 pessoas.

A suspensão foi o maior golpe nas promessas de Petro, ele próprio um ex-membro da guerrilha urbana M-19, de pôr fim a mais de 60 anos de conflito na Colômbia, onde vários grupos armados importantes se dividiram em facções menores, complicando o diálogo.

'O governo tem deixado a porta aberta, mas isso não significa um diálogo em si, significa que o ELN mudará de direção, mudará sua maneira de pensar, mudará a maneira como está direcionando sua estratégia criminosa e isso significaria uma transformação muito radical a partir de agora', disse Patiño à Reuters em uma entrevista na segunda-feira.

O governo precisaria ver um compromisso genuíno, afirmou Patiño, também ex-membro do M-19, e que os líderes do ELN parassem de 'acreditar que a guerra é o caminho'.

Patiño e Petro passaram o sábado na província de Nariño, onde os 'Comuneros del Sur', grupo dissidente do ELN com cerca de 300 pessoas, entregaram explosivos, granadas e lançadores de foguetes e assinaram um acordo para substituir as plantações de coca, uma fase inicial antes de um possível acordo de desmobilização.

O possível acordo com os Comuneros del Sur é o único acordo que Petro provavelmente assinará antes de deixar o cargo em agosto de 2026.

Seu governo manteve pelo menos diálogos iniciais com cerca de 11 grupos armados, desde grandes organizações rebeldes até gangues urbanas, mas apenas dois conjuntos de negociações estão ativos no momento.

O ELN, que tem cerca de 3.200 combatentes e é considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, disse que não tinha interesse em responder a Patiño porque não o reconhece como interlocutor.

Patiño afirmou que o governo continuará a trabalhar no que chama de 'paz territorial' -- estratégias regionais de paz que incluem conversações com grupos menores -- e está pronto para realizar processos com outros grupos armados, incluindo ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que rejeitam o acordo de paz de 2016 desse grupo.

'O governo tomou a profunda decisão de avançar em todos esses processos com aqueles que estiverem dispostos e, é claro, criar processos irreversíveis', disse Patiño.

Os grupos armados da Colômbia têm cerca de 20.000 membros, de acordo com estimativas das forças de segurança, e se financiam por meio do tráfico de drogas, mineração ilegal e outros crimes.

Escrito por Reuters

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