Governo decide se apresenta revisão da meta fiscal na próxima semana, diz relator da LDO
Governo decide se apresenta revisão da meta fiscal na próxima semana, diz relator da LDO
Reuters
07/11/2023
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), afirmou nesta terça-feira que o governo avalia a possibilidade de pedir uma revisão da meta fiscal zero em 2024 e deve definir uma posição até a próxima semana.
Segundo o deputado, o prazo partiu do ministro da Casa Civil, Rui Costa, com quem ele se reuniu na tarde desta terça-feira após a aprovação de parecer preliminar da LDO na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso.
'Ele pediu um prazo para que até a próxima semana seja apresentado ou não a emenda que vai fazer a revisão da meta', disse o relator, acrescentando que o ministro estaria esperando 'uns anexos que a Fazenda ficou de apresentar'.
A estipulação do prazo pelo ministro palaciano contrasta com a perspectiva da equipe econômica, que negocia a aprovação de medidas econômicas no Congresso capazes de engordar a arrecadação. Fontes que acompanham as negociações disseram mais cedo à Reuters que o governo não enviaria ao Parlamento uma mensagem para modificar a meta, ao menos por enquanto. O resultado dessas votações apontaria a necessidade ou não de alterar a meta.
O impasse se estabeleceu depois de declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que dificilmente a meta de déficit zero será mantida.
A fala de Lula acabou colocando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, em lado oposto ao do ministro da Casa Civil, Rui Costa, da ministra de Gestão, Esther Dweck, e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), que defendiam a mudança imediata.
SUBVENÇÕES
Para o relator da LDO, no entanto, a expectativa de aprovação de medidas para o aumento de arrecadação pode ser frustrada.
Uma das propostas no horizonte da Fazenda para incrementar os cofres públicos, a MP da subvenção, que muda as regras de tributação de benefícios fiscais, deve enfrentar considerável dificuldade, na opinião de Forte.
Há, por outro lado, certo otimismo em relação à conclusão da votação da reforma tributária, aprovada nesta terça pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas com votação em plenário ainda pendente.
'Eu, particularmente, acho muito difícil votar a matéria da subvenção', disse o relator, explicando que as grandes empresas e indústrias que celebraram contratos com os governos estaduais farão pressão não apenas sobre os governadores, mas também sobre as bancadas parlamentares para que o texto não seja votado.
'Eu continuo com o mesmo pensamento: é melhor ter um Orçamento mais próximo da realidade, mais factível, do que você criar subterfúgios que muitas vezes possam, lá na frente, trazer um problema, um transtorno muito maior para o Brasil', opinou.
'Na minha avaliação, continuo achando que a meta é muito otimista e que as condicionantes que estão aí colocadas não nos dão essa segurança. Isso faz tempo que eu tenho dito.'
Reuters