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Greta Thunberg é recebida por multidão em Atenas após Israel expulsar ativistas da flotilha

Greta Thunberg é recebida por multidão em Atenas após Israel expulsar ativistas da flotilha

Reuters

06/10/2025

Placeholder - loading - A ativista sueca Greta Thunberg, integrante da flotilha Global Sumud detida por Israel, é recebida no Aeroporto Internacional Eleftherios Venizelos, em Atenas, Grécia 06/10/2025 REUTERS/Louisa Gouliam
A ativista sueca Greta Thunberg, integrante da flotilha Global Sumud detida por Israel, é recebida no Aeroporto Internacional Eleftherios Venizelos, em Atenas, Grécia 06/10/2025 REUTERS/Louisa Gouliam

Por Olivia Le Poidevin e David Latona e Howard Goller

(Reuters) - A ativista sueca Greta Thunberg foi recebida com aplausos nesta segunda-feira na Grécia por uma multidão pró-palestina, após ela e centenas de outros ativistas capturados por Israel em alto mar quando tentavam levar ajuda humanitária para Gaza serem deportados.

Israel informou que expulsou 171 ativistas nesta segunda-feira, incluindo Thunberg, elevando o total de deportados até o momento para 341, de um total de 479 pessoas detidas durante a captura da flotilha que tentava romper o bloqueio naval de Gaza.

O Ministério das Relações Exteriores da Grécia disse que 161 dos ativistas chegaram em um voo para Atenas nesta segunda-feira, incluindo Thunberg, de 22 anos. Entre eles havia 27 gregos, além de cidadãos de cerca de 20 outros países.

'Vou ser bem claro. Está ocorrendo um genocídio', disse Thunberg à multidão no aeroporto de Atenas, referindo-se à ação militar israelense em Gaza.

'Nossos sistemas internacionais estão traindo os palestinos. Eles nem sequer são capazes de impedir que os piores crimes de guerra aconteçam', afirmou.

'O que pretendíamos fazer com a Global Sumud Flotilla era intervir quando nossos governos não cumpriram suas obrigações legais.'

Os ativistas tentaram chegar a Gaza em dezenas de embarcações para levar suprimentos de ajuda e chamar a atenção para a situação de Gaza, onde a maioria dos 2,2 milhões de habitantes foi expulsa de suas casas e a fome extrema é galopante, de acordo com as Nações Unidas.

Israel, que rejeita as acusações de que está praticando genocídio em Gaza e diz que os relatos de fome são exagerados, desmereceu a flotilha classificando-a como um golpe publicitário em benefício do Hamas. Thunberg já havia sido detida no mar em uma tentativa semelhante de romper o bloqueio em junho.

Mais cedo, ativistas suíços e espanhóis da flotilha disseram que foram submetidos a condições desumanas durante sua detenção pelas forças israelenses.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu uma declaração, acompanhada de fotos de Thunberg no aeroporto, dizendo que os direitos legais de todos os participantes foram respeitados e que a única violência envolveu um ativista que mordeu uma médica na prisão israelense de Ketziot.

MAUS-TRATOS

Entre os nove membros da flotilha que chegaram em casa na Suíça, alguns alegaram privação de sono, falta de água e comida, além de terem sido espancados, chutados e trancados em uma gaiola, disse o grupo que os representa em um comunicado.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel rejeitou as acusações.

Ativistas espanhóis também alegaram maus-tratos ao chegarem à Espanha no final do domingo.

'Eles nos espancaram, nos arrastaram pelo chão, vendaram nossos olhos, amarraram nossas mãos e pés, nos colocaram em gaiolas e nos insultaram', disse o advogado Rafael Borrego a jornalistas no aeroporto de Madri.

Ativistas suecos disseram no sábado que Thunberg foi empurrada e forçada a usar uma bandeira israelense durante sua detenção, enquanto outros disseram que tiveram comida e água limpa negadas, além de terem seus medicamentos e pertences confiscados.

Já em Atenas, Thunberg disse que poderia 'falar por muito, muito tempo sobre nossos maus-tratos e abusos em nossa prisão, acredite em mim, mas essa não é a história'.

'O que aconteceu aqui foi que Israel, enquanto continuava a piorar e aumentar seu genocídio e destruição em massa com intenção genocida, tentando apagar uma população inteira, uma nação inteira diante de nossos olhos, mais uma vez violou o direito internacional ao impedir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, enquanto as pessoas estavam passando fome.'

MENTIRAS COMPLETAS

O Ministério das Relações Exteriores de Israel descreveu como 'mentiras completas' os relatos generalizados dos detidos sobre maus-tratos.

Um porta-voz disse à Reuters no fim de semana que todos os detidos tiveram acesso a água, comida e banheiros, acrescentando que 'não lhes foi negado o acesso a um advogado e todos os seus direitos legais foram totalmente respeitados'.

No domingo, a Embaixada da Suíça em Tel Aviv visitou 10 cidadãos suíços e disse que todos estavam 'em condições relativamente boas de saúde, dadas as circunstâncias'.

A ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau, que também estava na flotilha, disse que houve 'maus-tratos, mas isso não é nada comparado ao que o povo palestino sofre todos os dias'.

(Reportagem de Olivia Le Poidevin, David Latona, Alexander Cornwell e Howard Goller)

Reuters

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