Ibama aprova plano da Petrobras na Foz do Amazonas, em última etapa antes da licença
Ibama aprova plano da Petrobras na Foz do Amazonas, em última etapa antes da licença
Reuters
19/05/2025
Atualizada em 19/05/2025
Por Roberto Samora e Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibama aprovou nesta segunda-feira plano apresentado pela Petrobras para realização de vistorias e simulação de resgate de animais na Bacia da Foz do Amazonas, em última etapa antes de a estatal obter licença com o objetivo de explorar a região, considerada uma nova fronteira petrolífera.
A aprovação indica que o plano 'atendeu aos requisitos técnicos exigidos e está apto para a próxima etapa: a realização de vistorias e simulações de resgate de animais da fauna oleada, que testarão, na prática, a capacidade de resposta em caso de acidentes com derramamento de óleo', disse o órgão em nota.
A Petrobras destacou que, com a aprovação do plano, parte para a 'última etapa prevista no processo de licenciamento', com o objetivo de avaliar a eficácia do plano de emergência para a atividade de perfuração.
A empresa afirmou que realizará, juntamente com o Ibama, uma simulação in loco das ações de resposta à emergência chamada Avaliação Pré-Operacional (APO).
'Estamos satisfeitos em avançar para essa última etapa e em poder comprovar que estamos aptos a atuar de forma segura na costa do Amapá. Vamos instalar na área a maior estrutura de resposta à emergência já vista em águas profundas e ultra profundas', disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em comunicado.
Durante a APO, segundo a Petrobras, serão avaliados pelo Ibama aspectos como a eficiência dos equipamentos, a agilidade na resposta, o cumprimento dos tempos de atendimento à fauna previstos e a comunicação com autoridades e partes interessadas.
O exercício envolverá mais de 400 pessoas e contará com recursos logísticos como embarcações de grande porte, helicópteros e a própria sonda de perfuração NS-42, que será posicionada no local a ser perfurado.
O Ibama ressaltou no comunicado que a aprovação conceitual do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF) representa o cumprimento de uma etapa no processo de licenciamento ambiental, mas não configura a concessão de licença para o início da realização da perfuração exploratória.
O Ibama também informou que definirá, em conjunto com a Petrobras, um cronograma para a realização do APO.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), que é do Amapá, Estado próximo da área que pode ser explorada pela Petrobras, afirmou que a aprovação reforça 'a confiança nas instituições e no compromisso com um futuro seguro, desenvolvido e sustentável'.
Em maio de 2023, o Ibama negou um pedido da Petrobras para a licença de perfuração offshore na Foz do Amazonas, alegando preocupações ambientais.
Posteriormente, o órgão também destacou preocupações com os impactos que a perfuração poderia ter sobre as comunidades indígenas do Amapá.
A Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, compartilha geologia com a vizinha Guiana, onde a Exxon Mobil está explorando enormes campos de petróleo.
Em nota nesta segunda-feira, a Petrobras reafirmou que a confirmação da existência de petróleo na Margem Equatorial poderá abrir uma importante fronteira energética para o país.
Reuters