Ibovespa avança e recupera 131 mil pontos com ajuda de Vale e Petrobras
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa firmava-se em alta nesta terça-feira, recuperando o patamar dos 131 mil pontos, em movimento sustentado principalmente pelas blue chips Vale e Petrobras, na esteira do avanço de commodities como minério de ferro e petróleo.
O alívio nas taxas dos contratos de DI, em sessão marcada pela queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, corroborava o viés positivo das ações brasileiras.
Às 12h30, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,1%, a 131.686,14 pontos, revertendo o movimento dos dois pregões anteriores, quando acumulou um declínio de mais de 2%.
O volume financeiro nesta terça-feira somava R$6,96 bilhões.
Investidores permanecem na expectativa de anúncio de tarifas comercias recíprocas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na quarta-feira. Em Nova York, o índice acionário S&P 500 subia 0,41%.
A B3 também divulgou nesta terça-feira a primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa que irá vigorar de maio a agosto, com a inclusão das ações da Direcional, enquanto LWSA e Automob foram excluídas.
DESTAQUES
- VALE ON subia 1,94%, acompanhando o movimento dos preços futuros do minério de ferro, em meio à demanda crescente pelo ingrediente de fabricação de aço na China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou em alta de 1,86%, a 792 iuanes (US$108,98) a tonelada. No setor de mineração e siderurgia, USIMINAS PNA era o destaque, com elevação de 5,11%.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON avançavam 0,86% e 1,22%, respectivamente, também alinhadas à alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent mostrava elevação de 0,17%, a US$74,9. A ANP também divulgou nesta terça-feira que a produção de petróleo do Brasil somou 3,488 milhões de barris por dia (bpd) em fevereiro, alta de 1,2% ano a ano, apesar de um recuo da produção da Petrobras.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizava-se 0,24%, em sessão positiva para os bancos do Ibovespa. Fora do índice, as ações do Banco de Brasília, que têm liquidez bastante reduzida, voltavam a disparar, com BRB PN saltando 46,15% e BRB ON avançando 80,57%, enquanto agentes continuam acompanhando o noticiário envolvendo a aquisição do Banco Master, anunciada na última sexta-feira.
- ENEVA ON subia 4,99%, tendo como pano de fundo relatório do BTG Pactual sugerindo compra de Eneva e venda de Engie, citando que o leilão de junho parece bastante assimétrico para a Eneva. 'Se a empresa não renovar as usinas térmicas do Parna durante o leilão -- assumindo que nunca as recontrataria --, a TIR real das ações ficaria em 11%. Mas se a empresa vencer, saltaria para 14%.' Os analistas afirmaram que usaram Engie como financiamento para a estratégia em razão do valuation mais elevado. ENGIE BRASIL ON subia 0,05%.
- MINERVA ON mostrava acréscimo de 5,22%, com o setor de proteínas como um todo no azul. MARFRIG ON avançava 4,6%, endossada ainda por relatório do Goldman Sachs elevando previsões de Ebitda para o período de 2025-2026, citando volumes e margens melhores do que o esperado em todas as principais operações da companhia. BRF ON, que também teve estimativas melhoradas pelo GS e é controlada pela Marfrig, subia 2,06%. JBS ON tinha alta de 1,56%.
- NATURA&CO ON recuava 4,8%, ainda refletindo receios de investidores com o plano de 'turnaround' da empresa e seus próximos resultados após decepção com os números do último trimestre de 2024. A fabricante de cosméticos realiza assembleia com acionistas no próximo dia 25 para decidir sobre a sua incorporação pela Natura Cosméticos.
- CEMIG PN caía 1,95%, tendo no radar relatório de analistas do Bank of America cortando a recomendação dos papéis para 'underperform' e o preço-alvo de R$13 para R$11, para 'incorporar o impacto negativo das diferenças de preços de energia regionais no Brasil e a perda operacional do quarto trimestre do ano passado. Eles também esperam uma queda de dividendos ano a ano, uma vez que não incorporam nas suas previsões reversão de passivos adicionais.
Escrito por Reuters
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