IMC não é suficiente para diagnosticar obesidade, dizem especialistas em artigo na Lancet
Revisão propõe novas categorias: obesidade clínica e obesidade pré-clínica
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Em um artigo publicado nesta terça-feira (14) na revista científica “The Lancet Diabetes & Endocrinology”, a Comissão sobre Obesidade Clínica, formada por mais de 50 especialistas de todo o mundo, defende uma revisão no diagnóstico de obesidade.
Eles sugerem que o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que divide a altura pelo peso ao quadrado, seria insuficiente. A partir do IMC, uma pessoa é considerada obesa quando tem resultado igual ou superior a 30 kg/m². “As atuais medidas de obesidade baseadas no IMC podem subestimar e superestimar a adiposidade e fornecer informações inadequadas sobre a saúde no nível individual”, diz o texto.
A comissão define a obesidade como uma condição caracterizada pelo excesso de gordura. Já a obesidade clínica é descrita como uma doença crônica e sistêmica caracterizada por alterações na função de tecidos e órgãos devido ao excesso de gordura. Esse quadro pode causar complicações que alteram e potencialmente ameaçam a vida.
Os especialistas propõem ainda a criação da categoria pré-clínica, um estado de excesso de gordura com função preservada de tecidos e órgãos e um risco variável, mas geralmente aumentado, de desenvolver obesidade clínica e outras doenças.
Escrito por Gabriella Paques
SALA DE BATE PAPO