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Impacto das tarifas sobre países em desenvolvimento pode ser 'catastrófico', diz agência de comércio da ONU

Placeholder - loading - Navio de carga do lado de fora do terminal marítimo Porto de Elizabeth, visto de Bayonne, Nova Jersey  9/4/2025  REUTERS/Shannon Stapleton
Navio de carga do lado de fora do terminal marítimo Porto de Elizabeth, visto de Bayonne, Nova Jersey 9/4/2025 REUTERS/Shannon Stapleton

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Por Olivia Le Poidevin

GENEBRA (Reuters) - Tarifas abrangentes sobre as importações impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e contramedidas podem ter um impacto 'catastrófico' sobre os países em desenvolvimento, atingindo mais gravemente do que os cortes de ajuda externa, afirmou a diretora da agência de comércio das Nações Unidas nesta sexta-feira.

O comércio global pode encolher de 3-7% e o produto interno bruto global 0,7%, sendo os países em desenvolvimento os mais afetados, disse o Centro de Comércio Internacional (ITC, na sigla em inglês).

'Isso é enorme', declarou Pamela Coke-Hamilton, diretora executiva do Centro de Comércio Internacional, à Reuters. 'Se essa escalada entre a China e os EUA continuar, resultará em uma redução de 80% no comércio entre os países, e o efeito cascata disso em toda a linha pode ser catastrófico.'

Os mercados globais permaneciam em turbulência nesta sexta-feira. Trump anunciou esta semana uma pausa de 90 dias nas tarifas de dezenas de países, mas aumentou as tarifas sobre os produtos chineses para uma taxa efetiva de 145%. Nesta sexta, Pequim aumentou suas tarifas sobre as importações dos EUA para 125% em uma guerra comercial que ameaça comprometer as cadeias de suprimentos globais.

'As tarifas podem ter um impacto muito mais prejudicial do que a remoção da ajuda externa', disse Coke-Hamilton, alertando que as economias em desenvolvimento correm o risco de retroceder nos ganhos econômicos obtidos nos últimos anos.

Alguns dos países menos desenvolvidos do mundo, incluindo Lesoto, Camboja, Laos, Madagascar e Mianmar, podem procurar melhorar as relações comerciais regionais para absorver a perda de parte do mercado dos EUA para suas exportações, disse o ITC.

Bangladesh, o segundo maior exportador de vestuário do mundo, poderá perder US$3,3 bilhões em exportações anuais para os EUA até 2029 se a tarifa norte-americana de 37% permanecer após a pausa, segundo dados do ITC. O país pode procurar os mercados europeus como alternativa, pois eles ainda têm potencial de crescimento, sugeriu Coke-Hamilton.

As projeções do ITC, agência conjunta da Organização Mundial do Comércio e das Nações Unidas que busca ajudar os países a se desenvolverem por meio de exportações, baseiam-se em dados coletados antes da pausa de 90 dias de Trump e dos aumentos subsequentes das tarifas sobre as importações chinesas.

Escrito por Reuters

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