INTOXICAÇÃO POR METANOL EM SÃO PAULO ACENDE ALERTA SANITÁRIO
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA EMITE RECOMENDAÇÃO URGENTE E TEMA GANHA ABRANGÊNCIA NACIONAL
João Carlos
29/09/2025
São Paulo vive um alerta de saúde pública. Em meio a investigações sobre bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, autoridades confirmaram três mortes e nove casos de intoxicação no intervalo de 25 dias — cenário que levou o Governo Federal a recomendar medidas imediatas a bares, restaurantes e distribuidores. Se você circula pela noite paulistana, vale redobrar a atenção: abaixo, explicamos o que aconteceu, o que dizem os órgãos locais e como o alerta virou pauta nacional.
O que aconteceu em São Paulo
Os casos ocorreram em contexto social, sem consumo deliberado de metanol, com relatos envolvendo gim, uísque e vodca em bares da capital e da Grande São Paulo. Entre as vítimas está um homem de 58 anos, que morreu em 24 de setembro, e outro de 45 anos, que faleceu no domingo (28). Um terceiro óbito foi registrado no ABC, em São Bernardo do Campo, mas essa ocorrência ainda não teve detalhes divulgados, enquanto a investigação avança. Além disso, há 10 casos sob análise com suspeita de intoxicação.
O que dizem os órgãos de saúde e segurança (SP)
A Secretaria Estadual da Saúde informou que as intoxicações se deram em ambientes de lazer e que o Centro de Vigilância Sanitária apoia fiscalizações em estabelecimentos e distribuidoras.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, informou que acompanha os casos em parceria com órgãos estaduais e federais e que adota ações de prevenção e controle contra a venda de bebidas adulteradas.
Em paralelo, investigações policiais apuram a hipótese de importação ilegal de metanol para adulteração de bebidas — um risco grave à saúde pública — e reforçam a orientação para que a população compre apenas produtos com rótulo, lacre e selo fiscal.
Entre os quadros mais graves, um caso envolvendo gin adulterado resultou em perda de visão de uma jovem; um amigo permanece em coma.
Sintomas, riscos e como agir
O metanol é altamente tóxico e inflamável. A ingestão pode causar cegueira, convulsões e morte. Suspeitou de adulteração? Não prove, não cheire, não faça “teste caseiro”. Desconfie de preço muito abaixo do mercado, lacre/cápsula tortos, rótulo com erros ou lote ilegível e odor irritante (tipo solvente). Ao primeiro sinal — visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura — procure atendimento médico.
Do alerta local ao alerta nacional
Diante das notificações em São Paulo, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu, em 27 de setembro, recomendação urgente para que bares, restaurantes, hotéis, mercados, distribuidoras e apps de entrega interrompam imediatamente a venda de lotes suspeitos, isolem os produtos, preservem rótulos e amostras e comuniquem as autoridades. A orientação, publicada no final de semana, vale de imediato em SP e pode ser estendida a outras regiões conforme o avanço das investigações.
O que muda na prática
Para consumidores: priorize estabelecimentos regulares, desconfie de promoções agressivas e confira procedência, lacre e selo fiscal. Sentiu sintomas? Busque atendimento médico imediatamente.
Para bares e restaurantes: suspenda qualquer lote suspeito, isole e registre a mercadoria (fotos, planilhas), comunique a Vigilância Sanitária/Polícia e rastreie fornecedores (NF-e, CNPJ). Coopere com fiscalizações e guarde amostras.
Por que o tema é urgente
Além dos óbitos e internações, há sequelas graves já relatadas — como a perda de visão em um dos casos. O recado é direto: bebida clandestina não é “só” crime tributário; é ameaça real e imediata à vida.
SERVIÇO — Canais oficiais para orientação e denúncia
Disque-Intoxicação (Anvisa/RENACIAT) – 0800 722 6001 (gratuito, 24h/7) — orientação toxicológica imediata para população e profissionais de saúde.
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) – (11) 3066-8000 — canal geral de atendimento da pasta.
Vigilância em Saúde do Município de São Paulo (COVISA/SMS-SP):
• SP156 (capital): ligue 156 — central de atendimento da Prefeitura.
• Grande SP (fora da capital, DDD 11): 0800 011 0156 (fixo/celular).
• WhatsApp ChatSP156: (11) 3230-5156.
Ministério da Justiça e Segurança Pública (Ouvidoria-Geral/MJSP) – (61) 2025-7999 / 2025-9933 — para registrar denúncia ou obter orientação sobre a recomendação nacional.


