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Israel mata mais de 100 pessoas em ataques mas diz que ainda apoia cessar-fogo

Israel mata mais de 100 pessoas em ataques mas diz que ainda apoia cessar-fogo

Reuters

29/10/2025

Placeholder - loading - Resquícios de ataque israelense noturno a uma casa na Cidade de Gaza 29/10/2025 REUTERS/Ebrahim Hajjaj
Resquícios de ataque israelense noturno a uma casa na Cidade de Gaza 29/10/2025 REUTERS/Ebrahim Hajjaj

Por Jana Choukeir e Emily Rose e Nidal al-Mughrabi

CAIRO/JERUSALÉM (Reuters) - Israel disse nesta quarta-feira que ainda está comprometido com o cessar-fogo apoiado pelos Estados Unidos em Gaza, apesar de sua retaliação pela morte de um soldado israelense com um bombardeio de um dia inteiro que, segundo as autoridades de saúde de Gaza, matou 104 pessoas.

Mesmo afirmando que ainda pretendia manter a trégua no enclave palestino, o Exército anunciou que havia realizado outro ataque aéreo no norte de Gaza, onde, segundo os israelenses, havia armas armazenadas. Médicos afirmaram que duas pessoas foram mortas nesse ataque.

A morte de um soldado israelense em Gaza na terça-feira detonou a pior escalada no local desde que o cessar-fogo mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, entrou em vigor, em 10 de outubro, após dois anos de guerra desencadeada por ataques mortais liderados pelo Hamas contra Israel.

Israel diz que o soldado foi morto em um ataque de homens armados no território dentro da 'linha amarela', para onde suas tropas se retiraram sob a trégua. O Hamas rejeitou a acusação.

Israel descreveu a investida desta quarta-feira como um ataque direcionado perto de Beit Lahia, no norte da faixa, onde haveria armas armazenadas. O governo israelense disse que vai continuar a defender o acordo de cessar-fogo e responder com firmeza a qualquer violação.

Em resposta à morte do soldado, militares lançaram o que descreveram como ataques contra dezenas de militantes do Hamas em todo o enclave, assim como contra depósitos de armas e túneis pertencentes ao grupo.

Foram apontados 24 alvos militantes, incluindo um descrito como um comandante do Hamas que participou de um ataque a um kibutz em 7 de outubro de 2023.

O Ministério da Saúde de Gaza disse que 46 crianças e 20 mulheres estavam entre as 104 pessoas mortas nos ataques aéreos.

O gabinete de comunicação do governo de Gaza, administrado pelo Hamas, emitiu uma declaração dizendo que a lista de alvos de Israel era produto de uma 'campanha sistemática de desinformação, falsificação e mentiras com o objetivo de distorcer a verdade e encobrir seus crimes contínuos contra civis'.

Em Nusseirat, na região central da Faixa de Gaza, vizinhos disseram que toda a família Abu Dalal foi eliminada em um ataque aéreo que destruiu sua casa durante a noite.

Um menino em uma cadeira de rodas chorava enquanto os corpos da família, em sacos plásticos brancos, eram carregados na traseira de um caminhão. Multidões acompanharam os corpos sendo levados pelas ruas até um cemitério.

Apesar dos bombardeios, Trump disse que o cessar-fogo não estava em risco.

'Pelo que entendi, eles mataram um soldado israelense', disse Trump a jornalistas a bordo do Air Force One. 'Portanto, os israelenses revidaram e devem revidar. Quando isso acontecer, eles devem revidar', acrescentou.

'Nada vai colocar em risco' o cessar-fogo, acrescentou Trump. 'Vocês precisam entender que o Hamas é uma parte muito pequena da paz no Oriente Médio, e eles precisam se comportar.'

Ele destacou a trégua e o acordo de troca de reféns e prisioneiros como uma das principais conquistas da política externa de seu segundo mandato.

O último surto de violência deixou à mostra os obstáculos para uma paz duradoura. As principais questões sobre o desarmamento do Hamas, a retirada das tropas israelenses e a futura governança de Gaza continuam sem solução.

O primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, que atuou como mediador, disse nesta quarta-feira que o ataque ao soldado israelense e os subsequentes ataques aéreos israelenses foram 'muito decepcionantes e frustrantes para nós'.

(Reportagem adicional de Trevor Hunnicutt, Kanishka Singh, Maayan Lubell, Marine DelRue, Eleanor Whalley)

Reuters

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