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Israel reconhece que civis palestinos foram feridos em locais de ajuda em Gaza e diz que 'lições foram aprendidas'

Israel reconhece que civis palestinos foram feridos em locais de ajuda em Gaza e diz que 'lições foram aprendidas'

Reuters

30/06/2025

Placeholder - loading - Funeral de palestinos mortos por fogo israelense enquanto buscavam ajuda no norte de Gaza 19/06/2025 REUTERS/Mahmoud Issa
Funeral de palestinos mortos por fogo israelense enquanto buscavam ajuda no norte de Gaza 19/06/2025 REUTERS/Mahmoud Issa

Por Howard Goller

(Reuters) - Os militares israelenses reconheceram nesta segunda-feira que civis palestinos foram feridos em centros de distribuição de ajuda na Faixa de Gaza, dizendo que as forças israelenses receberam novas instruções após o que chamaram de 'lições aprendidas'.

Desde que Israel suspendeu um bloqueio de ajuda de 11 semanas em Gaza, em 19 de maio, permitindo que as entregas limitadas da ONU fossem retomadas, a Organização das Nações Unidas diz que mais de 400 palestinos foram mortos enquanto buscavam ajuda.

'Após incidentes em que foram relatados ferimentos a civis que chegaram às instalações de distribuição, foram realizados exames minuciosos no Comando Sul e foram emitidas instruções para as forças em campo, seguindo as lições aprendidas', disse o porta-voz militar israelense em um comunicado.

O comunicado disse que os incidentes nos quais os civis de Gaza foram feridos estavam sendo analisados.

O comunicado segue reportagem na sexta-feira do jornal Haaretz, segundo o qual o advogado-geral militar de Israel havia ordenado uma investigação sobre possíveis crimes de guerra devido a alegações de que forças israelenses dispararam deliberadamente contra civis palestinos perto dos locais.

O porta-voz não fez comentários imediatos sobre uma reportagem do Times of Israel nesta segunda-feira, citando militares, de que os bombardeios de artilharia destinados a impedir que os palestinos se aproximassem de certas zonas próximas aos centros de distribuição de ajuda haviam sido imprecisos em pelo menos três casos, resultando em 30 a 40 vítimas, incluindo várias fatalidades.

Israel tem dito repetidamente que suas forças operam perto dos centros para evitar que a ajuda caia nas mãos dos militantes palestinos do Hamas.

Uma autoridade sênior da ONU disse no domingo que a maioria das pessoas mortas estava tentando chegar aos locais de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada pelos EUA.

A GHF começou a distribuir pacotes de alimentos em Gaza no final de maio, supervisionando um novo modelo de entregas que, segundo a ONU, não é imparcial nem neutro.

Muitos moradores de Gaza dizem que precisam caminhar por horas para chegar aos locais, o que significa que precisam começar a viajar bem antes do amanhecer se quiserem ter alguma chance de receber alimentos.

'INERENTEMENTE INSEGURO', DIZ A ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na sexta-feira que a operação de ajuda apoiada pelos EUA em Gaza é 'inerentemente insegura', acrescentando: 'Ela está matando pessoas'

Israel e os Estados Unidos querem que a ONU trabalhe por meio da GHF, mas a ONU se recusou, questionando sua neutralidade e acusando o modelo de distribuição de militarizar a ajuda e forçar o deslocamento.

'Qualquer operação que direcione civis desesperados para zonas militarizadas é inerentemente insegura. Isso está matando pessoas', disse Guterres aos repórteres.

Em resposta a Guterres na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que suas forças militares nunca alvejam civis e acusou a ONU de 'fazer tudo o que pode' para se opor à operação de ajuda da GHF.

Um porta-voz da GHF disse na sexta-feira que não houve mortes em nenhum dos locais de distribuição de ajuda da GHF ou perto deles. Israel e os Estados Unidos acusaram o Hamas de roubar a ajuda das operações lideradas pela ONU, o que os militantes palestinos negam.

Reuters

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