Japão invoca interesse nacional em meio a negociações tarifárias com os EUA
Japão invoca interesse nacional em meio a negociações tarifárias com os EUA
Reuters
02/07/2025
Por Makiko Yamazaki
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, disse nesta quarta-feira que está determinado a proteger os interesses nacionais de seu país em meio a dificuldades nas negociações comerciais com os Estados Unidos e ameaças do presidente Donald Trump de tarifas ainda mais altas ao aliado asiático.
'O Japão é diferente de outros países, pois somos o maior investidor nos Estados Unidos, criando empregos', disse Ishiba em um debate público com líderes de partidos de oposição.
'Com nosso foco básico sendo o investimento e não as tarifas, continuaremos a proteger nosso interesse nacional enquanto trabalhamos para reduzir o déficit comercial dos EUA com o Japão', disse ele.
Na terça-feira, Trump lançou dúvidas sobre um possível acordo com o Japão, indicando que poderia impor uma tarifa de 30% ou 35% sobre as importações japonesas - bem acima da taxa de 24% que ele anunciou em 2 de abril e depois fez uma pausa até 9 de julho.
Tóquio ainda não conseguiu garantir um acordo comercial após quase três meses de negociações, enquanto se esforça para encontrar maneiras de fazer com que Washington isente as montadoras japonesas das tarifas de 25% específicas do setor automobilístico, que estão prejudicando a manufatura do país.
A emissora japonesa TV Asahi informou na quarta-feira que o negociador de tarifas do Japão, Ryosei Akazawa, estava organizando sua oitava visita aos Estados Unidos já neste fim de semana.
Falando a repórteres nesta quarta-feira, Akazawa disse que não descartaria a possibilidade de viajar para os EUA, mas disse que nenhum plano específico foi decidido.
Ishiba disse durante o debate que o Japão continuará a criar empregos nos EUA, ao mesmo tempo em que protegerá as indústrias nacionais.
'Se as vendas de automóveis para os EUA estiverem fadadas a cair, aumentaremos a demanda interna e diversificaremos os destinos de exportação para proteger as indústrias japonesas', disse Ishiba.
(Reportagem de Makiko Yamazaki e Satoshi Sugiyama)
Reuters