JPMorgan acusa Ilhas Virgens Americanas de proteger Jeffrey Epstein por duas décadas
Publicada em
Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - O JPMorgan acusou as Ilhas Virgens Americanas de abrigar e proteger o financista por Jeffrey Epstein enquanto ele abusava de mulheres e meninas ao longo de duas décadas.
O maior banco dos Estados Unidos fez a acusação em um processo apresentado ao tribunal federal de Manhattan, onde as Ilhas Virgens Americanas estão processando a instituição financeira por fornecer serviços bancários a Epstein de 1998 a 2013.
As Ilhas Virgens Americanas acusam o JPMorgan de ignorar sinais sobre o abuso de mulheres por Epstein em Little St. James, uma ilha particular que ele possuía no território.
O JPMorgan disse que Epstein tinha uma relação de 'quid pro quo' com os funcionários de maior escalão das Ilhas Virgens, e concedia dinheiro e favores em troca de milhões de dólares em incentivos fiscais e vista grossa a seus crimes.
O JPMorgan disse que Epstein também 'exerceu influência' sobre a legislação local para criminosos sexuais e que as inspeções em sua casa foram 'superficiais', na melhor das hipóteses.
'Durante duas décadas, e mesmo após o JPMorgan encerrar seu relacionamento com Epstein como cliente, a entidade que mais diretamente falhou em proteger a segurança pública e que mais ativamente facilitou e se beneficiou da contínua atividade criminal de Epstein foi o próprio demandante neste caso - o governo das Ilhas Virgens Americanas', afirmou o banco.
Um porta-voz do escritório do procurador-geral das Ilhas Virgens Americanas chamou o documento de 'uma tentativa óbvia de tirar a culpa do JPMorgan, que tinha a responsabilidade legal de relatar as evidências em sua posse sobre o tráfico humano por Epstein e não o fez'.
Epstein morreu em uma prisão de Manhattan aos 66 anos em agosto de 2019, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual. O médico legista da cidade de Nova York classificou sua morte de suicídio.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO