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JPMorgan prevê desaceleração 'estagflacionária' dos EUA induzida por tarifas em 2025

JPMorgan prevê desaceleração 'estagflacionária' dos EUA induzida por tarifas em 2025

Reuters

25/06/2025

Placeholder - loading - Porto de Los Angeles em San Pedro, na Califórnia, EUA 05/05/2025 REUTERS/David Swanson
Porto de Los Angeles em San Pedro, na Califórnia, EUA 05/05/2025 REUTERS/David Swanson

Por Davide Barbuscia

NOVA IORQUE (Reuters) - As políticas comerciais dos EUA provavelmente vão desacelerar o crescimento econômico global e reacender a inflação nos Estados Unidos, onde há 40% de probabilidade de recessão no segundo semestre deste ano, disseram analistas do JPMorgan nesta quarta-feira.

O crescimento dos EUA deve ser de 1,3% neste ano, abaixo da previsão de 2% do início de 2025, com as tarifas mais altas vistas como choques negativos para a economia, disse o banco em uma nota de pesquisa de perspectiva de três meses.

'O impulso estagflacionário das tarifas mais altas foi o que impulsionou nossa perspectiva reduzida de crescimento do PIB para este ano', afirmou. 'Ainda consideramos os riscos de recessão elevados.'

Estagflação é uma mistura preocupante de crescimento lento e inflação implacável, um fenômeno que assombrou os EUA na década de 1970.

O banco norte-americano tem uma perspectiva pessimista em relação ao dólar devido ao avanço mais lento dos EUA, na comparação com as políticas de apoio ao crescimento fora do país, que impulsionarão outras moedas, inclusive em mercados emergentes.

A instituição também espera que a parcela da demanda por títulos do Tesouro dos EUA por parte de investidores estrangeiros, do Federal Reserve e de bancos comerciais diminua devido ao tamanho crescente do mercado de dívida norte-americano.

A compensação exigida dos investidores pelo risco de manter títulos do Tesouro dos EUA, conhecida como prêmio de prazo, pode aumentar em 40-50 pontos-base ao longo do tempo, disse o banco, embora ele não espere aumentos acentuados nos rendimentos dos títulos do Tesouro como os vistos no primeiro semestre deste ano.

Em abril, os rendimentos dos títulos do Tesouro dispararam em meio à volatilidade mais ampla do mercado, causada pelo anúncio de tarifas comerciais feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

O JPMorgan espera que os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos encerrem o ano em 3,5% e os dos papeis de 10 anos terminem em 4,35%. Nesta quarta-feira, eles estavam em 3,8% e 4,3%, respectivamente.

Devido à inflação persistente causada por tarifas e à resiliência da economia, o banco espera que o Federal Reserve corte as taxas de juros em 100 pontos-base entre dezembro e a primavera de 2026 (do fim de março ao fim de junho) -- mais tarde do que o consenso entre os operadores de futuros de juros, que até esta quarta-feira apostavam em dois cortes de 25 pontos-base neste ano.

Uma recessão ou uma desaceleração econômica mais acentuada do que o previsto desencadearia um ciclo de cortes mais agressivo, disseram os analistas do JPMorgan.

Ainda assim, o banco seguiu otimista em relação às ações dos EUA, dada a contínua resiliência econômica e do consumidor, apesar da incerteza política.

'Na ausência de grandes surpresas políticas e/ou geopolíticas... acreditamos que o caminho de menor resistência para novas máximas será apoiado por fundamentos fortes liderados por tecnologia/IA, uma oferta constante de estratégias sistemáticas e fluxos de investidores ativos durante as quedas (dos mercados)', disse.

(Reportagem de Davide Barbuscia)

((Tradução Redação São Paulo))

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