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Julgamento de Bolsonaro movimenta internet e Dino sofre ameaças inspiradas no Nepal

Julgamento de Bolsonaro movimenta internet e Dino sofre ameaças inspiradas no Nepal

Reuters

10/09/2025

Placeholder - loading - Ministro Flávio Dino, do STF 02/09/2025 REUTERS/Jorge Silva
Ministro Flávio Dino, do STF 02/09/2025 REUTERS/Jorge Silva

BRASÍLIA (Reuters) - A retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes movimentou a internet nesta quarta-feira, mas 'graves ameaças' na rede inspiradas nos violentos protestos no Nepal levaram o ministro da corte Flávio Dino a pedir uma investigação à Polícia Federal.

Por volta das 16h30, o tema dominava as primeiras posições dos trending topics do X: em primeiro lugar, figurava 'Fux honra a toga', seguido de 'Fux apoia golpista'. Em terceiro lugar, estava 'Anula tudo', e em seguida, 'Luiz Fux'. A oitava posição e a nona também estavam relacionadas ao julgamento, com os topics 'Cármen Lúcia' e 'Juiz', respectivamente.

O julgamento na Primeira Turma do Supremo foi retomado nesta quarta-feira com o voto do ministro do STF Luiz Fux. Até o momento -- o voto ainda não foi concluído --, Fux abriu divergência em relação a Alexandre de Moraes, relator da ação, e Flávio Dino, que já votaram pela condenação do ex-presidente e os demais envolvidos na ação.

Fux defendeu a absolvição dos réus pelos crimes de organização criminosa e dano qualificado.

NEPAL

Enquanto corria a leitura do voto de Fux no plenário da Primeira Turma do STF, o ministro Flávio Dino encaminhava um pedido de investigação à Polícia Federal. No ofício encaminhado à PF, o ministro relata que desde que proferiu seu voto -- pela condenação de Bolsonaro -- passou a ser destinatário de 'graves ameaças', via internet, contra a sua vida e integridade física.

'Entre os traços que chamam atenção, há uma constante alusão a eventos ocorridos no 'Nepal', o que parece sugerir uma ação concertada com caráter de incitação', diz o ministro no ofício à PF.

'Alguns gravíssimos exemplos seguem em anexo, constituindo - inclusive - indicadores de coação no curso de processo, entre outros possíveis crimes', pontua.

As publicações encaminhadas por Dino fazem referência aos protestos ocorridos nos últimos dias no Nepal, que forçaram o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli a renunciar.

Na solicitação de investigação, Dino chama a atenção para o fato de que as publicações de ameaças podem ser o gatilho para novos atos violentos contra pessoas e patrimônio público.

'Como sabemos, há indivíduos que são conduzidos por postagens e discursos distorcidos sobre processos judiciais, acarretando atos delituosos -- a exemplo de ataques ao

edifício-sede do STF, inclusive com uso de bombas.'

A revolta na nação do Himalaia foi desencadeada por uma proibição relacionada a redes sociais anunciada na semana passada. Ela foi revogada após a morte de 19 pessoas na segunda-feira, quando a polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para controlar a multidão. O número de mortos subiu para 25 nesta quarta-feira, segundo o Ministério da Saúde do Nepal, e 633 ficaram feridos.

Prédios do governo nepalês, desde a Suprema Corte até residências dos ministros, incluindo a residência particular de Oli, também foram incendiados durante os protestos.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu)

Reuters

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