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Kering, proprietária da Gucci, vende unidade de beleza para a L'Oréal por US$4,7 bi, enquanto CEO mira pilha de dívidas

Kering, proprietária da Gucci, vende unidade de beleza para a L'Oréal por US$4,7 bi, enquanto CEO mira pilha de dívidas

Reuters

20/10/2025

Placeholder - loading - Luca de Meo, novo CEO do grupo francês de luxo Kering 09/09/2025 REUTERS/Tom Nicholson
Luca de Meo, novo CEO do grupo francês de luxo Kering 09/09/2025 REUTERS/Tom Nicholson

Por Tassilo Hummel e Dominique Patton

PARIS (Reuters) - A Kering, proprietária da Gucci, concordou em vender seu negócio de beleza para a L'Oréal por 4 bilhões de euros (US$4,7 bilhões), a primeira grande jogada do novo presidente-executivo Luca de Meo, imprimindo sua marca no grupo de luxo e reduzindo a montanha de dívidas.

Nos termos do acordo, a gigante francesa da beleza L'Oréal vai adquirir a linha de fragrâncias Creed da Kering, assim como os direitos exclusivos de desenvolver fragrâncias e produtos de beleza por 50 anos sob as marcas de moda da Kering, incluindo Bottega Veneta e Balenciaga.

Isso marca uma grande mudança de direção por parte de de Meo, menos de dois meses depois de assumir o comando, enquanto desfaz uma das maiores iniciativas de seu antecessor, François-Henri Pinault. Pinault, cuja família controla o grupo, liderou a aquisição da Creed em 2023 por 3,5 bilhões de euros.

Analistas avaliam que a L'Oréal fechou um acordo inteligente para os ativos, enquanto de Meo atinge uma meta importante: reduzir rapidamente os altos níveis de endividamento que haviam se tornado uma pedra no sapato do grupo.

As ações da Kering saltaram 4,8% nesta segunda-feira, enquanto a L'Oréal subiu 1,2%.

'Acreditamos que a venda da Kering Beauté por aproximadamente o mesmo preço pago pela Creed há dois anos é um remédio amargo, mas necessário', disseram analistas da Bernstein.

O acordo também prevê que a L'Oréal obtenha a licença da Gucci por 50 anos, assim que expirar o acordo com a Coty, que deve durar até 2028, acreditam analistas. As ações da Coty caíram 4% nas negociações de Nova York após a notícia.

Ao comentar o acordo, de Meo disse ao Financial Times nesta segunda-feira que 'você verá outros', acrescentando que sua prioridade é se concentrar nas áreas em que a Kering tem 'tamanho e habilidades essenciais'.

O jornal também citou de Meo dizendo que ele não 'fechará a porta' para uma possível venda da divisão de óculos da Kering, outro pilar da recente iniciativa de diversificação da empresa.

Embora a ideia de vender o negócio de beleza tenha sido identificada como uma opção antes de de Meo assumir oficialmente o comando, em setembro, o italiano acelerou drasticamente as discussões com a L'Oréal neste mês, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.

A Kering Beauté será a maior aquisição da L'Oréal até o momento, maior do que a compra da marca australiana Aesop por US$2,5 bilhões em 2023. O negócio faz sentido do ponto de vista estratégico, afirmaram analistas da Bernstein, sendo a Creed uma das marcas mais interessantes na crescente área de fragrâncias de luxo.

REDUÇÃO DA DÍVIDA

A venda é um passo significativo para a redução da dívida líquida da Kering, que ficou em 9,5 bilhões de euros no final de junho, além de 6 bilhões de euros em obrigações de arrendamento de longo prazo.

A Kering criou seu negócio de beleza em 2023, após adquirir a fabricante de perfumes Creed para reduzir sua dependência da marca Gucci, que responde pela maior parte de seus lucros.

Mas o conglomerado francês tem enfrentado dificuldades para expandir os negócios. A divisão que compreende as operações de beleza registrou um prejuízo operacional de 60 milhões de euros no primeiro semestre do ano.

A Kering também está lutando contra um crescimento mais fraco na Gucci, à medida que a demanda no mercado chinês diminui. A receita da Gucci caiu 25% em relação ao ano anterior no último trimestre, pressionando a Kering a se desalavancar para evitar mais rebaixamentos de crédito.

De Meo havia dito aos acionistas que planejava tomar algumas decisões difíceis para reduzir a dívida do grupo, incluindo a racionalização e a reorganização quando necessário.

A empresa também adiou um plano para adquirir totalmente a marca de moda italiana Valentino.

(Reportagem de Dominique Patton e Tassilo Hummel em Paris, Anusha Shah em Bengaluru; reportagem adicional de Mathieu Rosemain)

Reuters

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