LAURA PAUSINI INAUGURA O PRÓPRIO MUSEU EM SUA CIDADE NATAL
UM MARCO PARA A MÚSICA ITALIANA E UMA DECLARAÇÃO DE AMOR AOS FÃS
João Carlos
10/09/2025
Solarolo, pequena cidade da Emilia-Romagna, parou no último domingo (7). Foi ali, diante dos muros da casa onde cresceu, que Laura Pausini inaugurou o Laura Pausini Museum. O gesto simples de cortar uma fita branca marcou o início de um espaço que já nasce com forte valor simbólico: transformar memórias pessoais em patrimônio cultural.
O imóvel, que já foi sede do fã-clube oficial da artista, agora guarda figurinos de shows, prêmios conquistados ao redor do mundo e lembranças da infância. Entre aplausos, Laura não perdeu o humor:
“Não estou morta, mas o museu já existe.”
Veja abaixo as imagens do evento:
"Desta casa onde tudo começou.
Hoje, ele se torna um lugar que guarda minhas memórias, minha música, mas, acima de tudo, o amor que você me deu ao longo de todos esses anos — todos os objetivos que alcançamos juntos. Porque, se não fosse por você ao meu lado, nada disso teria sido possível.
Bem-vindos ao lar, bem-vindos ao Laura Pausini Museum.", declarou a cantora nas redes sociais.
A casa que virou história
Mais do que vitrines, o museu convida a uma viagem cronológica — do Festival de Sanremo de 1993, quando a jovem Laura venceu com “La solitudine”, até os palcos lotados das últimas décadas. O público encontra ali cartazes de turnês, discos raros e objetos pessoais que ajudam a contar como a voz da província se tornou fenômeno global.
O projeto, interrompido em 2023 pelas enchentes que devastaram a região, foi retomado graças ao empenho da equipe da cantora e da própria comunidade.
Uma carreira de números e emoções
Laura Pausini não é apenas um nome popular: é um caso raro de artista italiana que cruzou fronteiras sem perder sua identidade. São mais de 70 milhões de discos vendidos, 15 álbuns de estúdio e gravações em cinco idiomas. Seu repertório inclui baladas como “Strani Amori”, canções intensas como “Vivimi/Víveme” e sucessos radiofônicos como “Invece no”.
Entre prêmios e conquistas, coleciona Grammy, Latin Grammy e um Globo de Ouro, confirmando sua relevância também fora da Europa. Mas o que move sua trajetória é algo mais simples: a capacidade de transformar sentimentos universais em canções que tocam diferentes gerações.
Turnês e Brasil no coração
Palco é destino. E Laura sabe bem disso: sua mais recente World Tour Winter 2024 reuniu mais de meio milhão de espectadores entre Europa, Estados Unidos e América Latina. Ainda sem nova turnê anunciada, ela já deixou escapar trechos de músicas inéditas — pistas de que novidades estão por vir.
No Brasil, a relação é de longa data. Em 1997, a cantora desembarcou pela primeira vez no país e se apresentou em São Paulo, Rio, Curitiba e Porto Alegre. Foi aqui que arrancou aplausos extras ao se declarar “a italiana mais brasileira do mundo”.
Anos depois, em 2016, trouxe a turnê Simili e lotou casas no Rio e em São Paulo. Em 2018, voltou com Fatti Sentire, que percorreu mais de 50 cidades no mundo. O reencontro mais recente aconteceu em março de 2024, quando o Espaço Unimed, em São Paulo, recebeu dois shows — o segundo aberto após a primeira data esgotar rapidamente. Cada passagem reforça o elo afetivo com os brasileiros, que cantam seus versos em italiano, espanhol ou português sem perder uma sílaba.
Mais que um museu
O Laura Pausini Museum não é um memorial estático. É um gesto de gratidão. Um espaço de celebração que conecta uma artista viva, em plena atividade, às raízes que a formaram e ao público que a acompanhou em cada passo.
A abertura oficial para visitação acontece em 13 de setembro. Sócios do fã-clube terão acesso gratuito; os demais poderão adquirir ingressos. Para muitos, será mais do que visitar um museu: será entrar na intimidade de uma trajetória que já faz parte da história da música mundial.


