Líder supremo do Irã critica exigências 'ultrajantes' dos EUA em negociação nuclear
Líder supremo do Irã critica exigências 'ultrajantes' dos EUA em negociação nuclear
Reuters
20/05/2025
DUBAI (Reuters) - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que as exigências dos Estados Unidos para que Teerã se abstenha de enriquecer urânio são 'excessivas e ultrajantes', informou a mídia estatal, expressando dúvidas se as negociações nucleares levarão a um acordo.
'Não acho que as negociações nucleares com os EUA trarão resultados. Não sei o que acontecerá', afirmou Khamenei, acrescentando que Washington deveria se abster de fazer exigências ultrajantes nas negociações.
Apesar das expectativas de que uma quinta rodada de conversas possa ocorrer no fim de semana em Roma, as negociações nucleares estão em terreno instável, pois tanto o Irã quanto os EUA entraram em conflito sobre a questão do enriquecimento nuclear.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Majid Takht-Ravanchi, disse na segunda-feira que as negociações fracassarão se Washington insistir que Teerã se abstenha do enriquecimento doméstico de urânio, que, segundo os EUA, é um possível caminho para o desenvolvimento de bombas nucleares.
Teerã afirma que seu programa de energia nuclear tem fins totalmente pacíficos.
Mais cedo na terça-feira, outro vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Kazem Gharibabadi, disse que Teerã havia recebido e estava analisando uma proposta dos Estados Unidos. Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que Teerã precisava 'agir rapidamente ou algo ruim vai acontecer'.
O presidente dos EUA advertiu repetidamente que o Irã seria bombardeado e enfrentaria sanções severas se não chegasse a um acordo para resolver seu contestado programa nuclear.
Durante seu primeiro mandato como presidente, de 2017 a 21, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo de 2015 entre o Irã e as potências mundiais que impôs limites rígidos às atividades de enriquecimento de Teerã em troca de alívio das sanções internacionais.
Trump, que classificou o acordo de 2015 como unilateral em favor do Irã, também reimpôs sanções abrangentes dos EUA ao Irã. A República Islâmica respondeu aumentando o enriquecimento de urânio.
(Reportagem da Redação de Dubai)
Reuters