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Lula chama de arbitrária e sem fundamento revogação de vistos de ministros do STF pelos EUA

Lula chama de arbitrária e sem fundamento revogação de vistos de ministros do STF pelos EUA

Reuters

19/07/2025

Placeholder - loading - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília 09/07/2025 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília 09/07/2025 REUTERS/Adriano Machado

Atualizada em  19/07/2025

Por Eduardo Simões e Marcela Ayres

(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou neste sábado a revogação de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal pelo governo dos Estados Unidos de 'mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento'.

Em nota oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, Lula manifestou solidariedade aos ministros atingidos pela revogação de vistos, anunciada na sexta-feira pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

'A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações', escreveu.

'Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos Poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito', acrescentou.

Na noite de sexta, Rubio anunciou que Washington estava restringindo os vistos para autoridades do Judiciário brasileiro e seus familiares imediatos, citando objeções aos processos legais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Rubio ordenou a revogação de vistos para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e para os que chamou de seus aliados no tribunal, bem como para seus familiares imediatos, sem especificar demais nomes.

Em publicação no X, também na sexta, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que os demais ministros atingidos foram Luís Roberto Barroso, atual presidente da corte; Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes.

A ministra classificou a medida anunciada por Rubio como 'uma afronta ao Poder Judiciário brasileiro e à soberania nacional' e disse se tratar de uma 'retaliação agressiva e mesquinha' à decisão do STF de impor medidas cautelares a Bolsonaro por sua atuação, ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, junto a autoridades norte-americanas para impor sanções ao Brasil.

Também em mensagem na rede, o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também foi alvo da restrição de visto dos EUA e afirmou que o Judiciário brasileiro não será intimidado pela medida.

'Asseguro que nenhum expediente inidôneo ou ato conspiratório sórdido haverá de intimidar o Poder Judiciário de nosso país em seu agir independente e digno', escreveu Messias.

A Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou os processos contra Bolsonaro como uma 'caça às bruxas', um termo que ele usou para descrever os processos aos quais ele mesmo respondeu, e pediu que as acusações fossem retiradas.

Em uma carta na semana passada, ele anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, abrindo a mensagem com críticas ao julgamento.

Bolsonaro está sendo julgado pela Primeira Turma do STF sob a acusação de planejar um golpe de Estado após perder a eleição presidencial de 2022 para Lula.

O ex-presidente negou que tenha liderado uma tentativa de derrubar o governo, mas reconheceu ter participado de reuniões com o objetivo de reverter o resultado da eleição.

Eduardo Bolsonaro, que licenciou-se do mandato parlamentar e se mudou para os Estados Unidos onde tem feito campanha nos últimos meses pela aplicação de sanções norte-americanas a autoridades brasileiras, disse em publicação no X na madrugada deste sábado que 'ainda há muito por vir', após a restrição de vistos a ministros do STF.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo, e Marcela Ayres, em Brasília)

Reuters

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