Lula quer acordo comercial entre Mercosul e Indonésia e defende quadruplicar uso de combustíveis sustentáveis
Lula quer acordo comercial entre Mercosul e Indonésia e defende quadruplicar uso de combustíveis sustentáveis
Reuters
23/10/2025
Atualizada em 23/10/2025
(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que pretende avançar nas negociações de um acordo comercial entre o Mercosul e a Indonésia e afirmou que o Brasil vai propor durante a cúpula climática das Nações Unidas COP30, que será realizada mês que vem em Belém, a quadruplicação do uso de combustíveis sustentáveis.
'Em dezembro de 2023, na última presidência brasileira do Mercosul, fechamos um acordo com Cingapura. Durante nossa atual presidência, até o final do ano, vamos avançar nas tratativas para um acordo de comércio preferencial Mercosul e a Indonésia', disse Lula, em discurso durante Fórum Empresarial Indonésia-Brasil, em Jacarta.
'Menos de vinte dias nos separam da COP30. Quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis é uma das propostas que levaremos a Belém', afirmou.
Lula também disse que a criação de um conselho nacional sobre minerais críticos, vinculado à Presidência da República, é um passo importante para a soberania brasileira sobre o setor e afirmou que o Brasil não pretende ser um 'mero exportador de commodities'.
'Apesar de termos só 30% da riqueza mineral devidamente mapeada, já contamos com 10% das reservas mundiais de minerais críticos, essenciais para a transição energética. A criação de um Conselho Nacional de Minerais Críticos, vinculado à Presidência da República, será um passo para garantir a soberania', disse.
'Queremos agregar valor em nosso território, com responsabilidade ambiental e respeito às comunidades locais.'
Em sua fala, Lula disse ainda que o Pix e o sistema de pagamento indonésio QRIS podem servir de inspiração para outros países do Brics com vista à realização de comércio em moeda local entre as nações.
'No âmbito do Brics, o Pix brasileiro e o QRIS indonésio oferecem modelos de sistemas de pagamentos eficazes e acessíveis, que podem inspirar medidas que facilitarão o comércio em moedas locais entre os países do bloco. Esse movimento também faz parte de uma estratégia mais ampla do Brasil de diversificar parcerias e facilitar o comércio', disse Lula.
'Como a Indonésia, o Brasil se opõe a medidas unilaterais e coercitivas que distorcem o comércio e limitam a integração econômica', acrescentou.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)
Reuters

