Macron dirá a Trump que seus interesses são iguais em visita a Washington
Publicada em
Atualizada em
PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira que viajará a Washington para tentar convencer o presidente dos EUA, Donald Trump, de que seus interesses estão alinhados com os aliados europeus e que mostrar qualquer fraqueza ao presidente russo, Vladimir Putin, tornaria mais difícil lidar com a China e o Irã.
'Trump, eu o conheço. Eu o respeito e acredito que ele me respeita', disse Macron durante sessão de perguntas e respostas nas redes sociais.
'Vou lhe dizer: no fundo, você não pode ser fraco diante do presidente (Vladimir Putin)', afirmou o presidente francês.
Macron disse que a incerteza sobre como Trump está lidando com a invasão da Ucrânia pela Rússia, que já dura três anos, é preocupante, mas também está criando incerteza para Putin e isso é algo que precisa ser usado para ajudar nas negociações.
'A palavra é incerteza. Donald Trump gera incerteza nos outros porque ele quer fazer acordos, então Donald Trump gerar incertezas para Vladimir Putin é uma coisa boa', disse Macron, acrescentando que o presidente russo não sabe o que Trump pode fazer ou como ele pode agir.
As declarações de Macron ocorreram em uma sessão de perguntas e respostas nas mídias sociais como parte dos esforços do governo francês para conscientizar as pessoas sobre o impacto da guerra na Ucrânia, o papel da França e a mudança na postura dos EUA desde que Trump assumiu o cargo.
O líder francês também afirmou que mostrar fraqueza a Putin -- o que levaria a uma derrota da Ucrânia e a um acordo ruim -- poderia fazer com que Trump perdesse credibilidade para enfrentar a China e conter o programa nuclear do Irã.
'Como você pode ter credibilidade com a China se você é fraco com Putin?' disse Macron, segurando o punho com firmeza.
O presidente acrescentou que deixar a Ucrânia cair nas mãos da Rússia enviaria um sinal estratégico para Pequim sobre Taiwan.
'E você, que não quer que o Irã consiga a bomba nuclear, não pode ser fraco com alguém que o está ajudando a conseguir uma', disse Macron.
(Reportagem de John Irish e Dominique Vidalon)
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO