Mais de 11 milhões de refugiados podem perder acesso à ajuda devido a cortes, diz agência da ONU
Mais de 11 milhões de refugiados podem perder acesso à ajuda devido a cortes, diz agência da ONU
Reuters
18/07/2025
Por Olivia Le Poidevin
GENEBRA (Reuters) - Até 11,6 milhões de refugiados correm o risco de perder acesso à assistência humanitária devido aos cortes na ajuda externa dos países doadores, informou a agência de refugiados das Nações Unidas na sexta-feira.
Isso representa cerca de um terço dos refugiados normalmente apoiados pela agência da ONU.
'Nossa situação de financiamento é dramática. Tememos que até 11,6 milhões de refugiados e pessoas forçadas a fugir estejam perdendo o acesso à assistência humanitária fornecida pelo Acnur', disse Dominique Hyde, diretora de relações externas do Acnur.
Apenas 23% das necessidades de financiamento do Acnur, no valor de US$10,6 bilhões, foram atendidas até o momento para este ano, segundo a agência.
A crise de financiamento decorre de grandes cortes na ajuda externa por parte de países doadores, como Suécia, França e Japão, agravados por grandes cortes na ajuda dos Estados Unidos.
O deslocamento forçado está aumentando globalmente, enquanto a ajuda humanitária está diminuindo drasticamente, criando um 'coquetel mortal' que coloca as populações deslocadas em grave risco, de acordo com um novo relatório publicado na sexta-feira pelo Aacnur.
A agência disse que teve que interromper ou suspender cerca de US$1,4 bilhão em programas de ajuda, incluindo uma redução de 60% nos suprimentos de ajuda emergencial em muitos países, incluindo Sudão, Chade e Afeganistão.
Áreas críticas como assistência médica, educação, abrigo, nutrição e proteção estão entre os serviços que estão sendo perdidos.
Mulheres e meninas são afetadas de forma desproporcional pelos cortes de verbas do Acnur, com a agência tendo que cortar um quarto do seu apoio a programas que oferecem proteção e resposta à violência de gênero.
Globalmente, a agência está reduzindo o quadro de pessoal em 30%, cortando 3.500 cargos.
Reuters