Mandato da ONU para força em Gaza ainda está em discussão, diz Turquia
Mandato da ONU para força em Gaza ainda está em discussão, diz Turquia
Reuters
03/11/2025
Por Tuvan Gumrukcu e Jonathan Spicer
ISTAMBUL (Reuters) - Os países ainda estão trabalhando em um mandato do Conselho de Segurança da ONU para uma força internacional de estabilização em Gaza e decidirão sobre o envio de tropas assim que a estrutura for definida, disse nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan.
Fidan e ministros de países de maioria muçulmana se reuniram em Istambul para discutir o frágil cessar-fogo mediado pelos EUA em Gaza, enquanto o Hamas e Israel trocam acusações de violações.
Alguns dos países que se reuniram -- Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Paquistão, Indonésia e Turquia -- poderiam contribuir para a força idealizada para monitorar a trégua.
Os líderes dos sete países haviam se reunido em setembro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Nova York, pouco antes de Israel e o Hamas concordarem com seu plano de cessar-fogo. As conversas em Istambul também se concentraram na situação humanitária do enclave.
Fidan disse em coletiva de imprensa que ainda há problemas na implementação total do acordo por conta de violações regulares por parte de Israel, acrescentando que os israelenses devem cumprir seu dever de permitir a entrada de ajuda humanitária suficiente.
Israel disse que está comprometido com o plano de Trump e que o grupo militante palestino Hamas não cumpriu seu acordo de devolver os corpos restantes dos reféns.
Uma porta-voz do governo afirmou que Israel está permitindo a entrada em Gaza de 'centenas de caminhões de ajuda diariamente (enquanto) o Hamas mostra sua verdadeira face ao sabotar a ajuda humanitária destinada ao seu próprio povo'.
Membro da Otan, a Turquia tem sido um dos críticos mais veementes ao ataque de dois anos de Israel a Gaza, chamando-o de genocídio, o que Israel nega.
Com a insistência dos EUA, Istambul surgiu como uma peça-chave nos esforços de cessar-fogo, ajudando a mediar o acordo e expressando o desejo de participar de forças-tarefa para monitorar sua implementação.
Israel, no entanto, expressou sua oposição ao envolvimento turco.
A trégua em Gaza, que deixou sem solução questões como o desarmamento do grupo militante palestino Hamas e um cronograma para a retirada de Israel de Gaza, tem sido testada pela violência periódica desde que entrou em vigor, em 10 de outubro.
Segundo Fidan, a Turquia deseja que os palestinos garantam sua própria segurança e administrem seu próprio governo após a guerra, mas ponderou que há outras medidas que precisam ser tomadas primeiro.
(Reportagem adicional de Ece Toksabay em Ancara, Ezgi Erkoyun em Istambul e Steven Scheer em Jerusalém)
Reuters

