Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1

Marfrig vai incorporar BRF, formando MBRF, com receita de R$152 bi

Marfrig vai incorporar BRF, formando MBRF, com receita de R$152 bi

Reuters

15/05/2025

Placeholder - loading - Trabalhador embala carne em frigorífico da Marfrig em Promissão (SP) 7/10/2011 REUTERS/Paulo Whitaker/Arquivo
Trabalhador embala carne em frigorífico da Marfrig em Promissão (SP) 7/10/2011 REUTERS/Paulo Whitaker/Arquivo

Atualizada em  15/05/2025

Por Ana Mano e Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A Marfrig afirmou nesta quinta-feira que vai incorporar a totalidade das ações de emissão da BRF não detidas pela companhia, formando a MBRF, uma empresa global do setor de carnes e alimentos processados com receita de R$152 bilhões consolidada em 12 meses.

A transação prevê uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF detida, considerando já uma 'distribuição máxima' de proventos pelas companhias, sendo R$2,5 bilhões pela Marfrig e R$3,5 bilhões pela BRF, segundo uma nota conjunta.

Juntas, Marfrig, focada em carne bovina --com parte de suas operações nos Estados Unidos e no Brasil--, e a BRF, com foco em carnes de aves e suínos, poderão acirrar a concorrência com a gigante JBS, que conta com uma atuação global e também vende as três importantes proteínas, assim como alimentos processados.

Marfrig e BRF projetam sinergias de R$805 milhões por ano, sendo entre R$400 milhões e R$500 milhões previstos para os primeiros 12 meses e o restante no médio e longo prazos.

'A fusão entre a Marfrig e a BRF é um movimento necessário para que possamos avançar com capturas de sinergias estratégicas e continuar crescendo nossos negócios em todo o mundo', afirmou o controlador e presidente dos conselhos de administração de Marfrig e BRF, Marcos Molina, em nota.

A Marfrig já possui 50,49% de participação na BRF. A primeira aquisição de uma fatia na BRF pela companhia de Molina ocorreu em maio de 2021, quando a empresa declarou que seria um investidor passivo.

'Hoje, com a MBRF, começamos um novo capítulo da nossa história e estamos pavimentando um futuro promissor', acrescentou Molina, destacando que a nova empresa manterá disciplina financeira e foco em produtos de valor agregado.

Conforme comunicado conjunto, a nova empresa tem 38% do volume de vendas proveniente de produtos processados, com 'alto valor agregado'.

O movimento deve fortalecer a presença global da nova empresa, que terá posição de liderança nos diversos mercados onde as companhias atuam, afirmaram as empresas.

A MBRF, que estará presente em 117 países com marcas como Sadia, Perdigão e Bassi, tem produção estimada em 8 milhões de toneladas de produtos anualmente.

REDUÇÃO DE CUSTOS, TRIBUTOS

Estima-se uma redução de despesas na ordem de R$320 milhões anuais, com iniciativas como a unificação de estrutura comercial e logística, consolidação de um sistema operacional único e otimização da estrutura corporativa.

A operação traz também uma oportunidade na América do Norte, que considera a possibilidade de redomiciliação. 'Isso traz vantagens significativas, como alta liquidez no mercado norte-americano, acesso a custos de capital mais atrativos e uma potencial reavaliação dos múltiplos das empresas', disseram as companhias.

Além disso, a companhia também poderá se beneficiar de 'otimização fiscal', como por exemplo a aceleração da monetização de créditos tributários nas esferas federal e estadual.

'Com base em nossas estimativas atuais, essa frente deve gerar R$3 bilhões a valor presente.'

Com a conclusão da incorporação de ações, a Marfrig informou que a BRF vai se tornar uma subsidiária integral da companhia, conforme fato relevante ao mercado.

Como parte da negociação, a operação prevê que os acionistas da BRF e da Marfrig sejam beneficiados com um 'expressivo pagamento de proventos'.

As empresas também anunciaram a convocação de assembleia geral extraordinária de acionistas da Marfrig e da BRF para o dia 18 de junho, para deliberar sobre a incorporação das ações.

RESULTADOS

A transação foi anunciada praticamente junto com a divulgação dos resultados trimestrais das duas empresas.

A BRF registrou lucro líquido de R$1,2 bilhão no primeiro trimestre, o dobro do mesmo período do ano passado, enquanto a Marfrig divulgou lucro líquido atribuído ao controlador de R$88 milhões, crescimento de 40,3% na comparação ano a ano.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado da BRF cresceu 30%, alcançando R$2,8 bilhões, versus R$3,2 bilhões da Marfrig, avanço de 20,8% em base anual.

A alavancagem da BRF atingiu seu menor patamar histórico no primeiro trimestre (0,54x), enquanto a Marfrig tem nível mais alto, de 2,69x, com uma dívida líquida consolidada de R$38,1 bilhões.

Já a BRF fechou o primeiro trimestre com dívida líquida de R$5,98 bilhões.

Reuters

Compartilhar matéria

Mais lidas da semana

 

Carregando, aguarde...

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.