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METANOL: SP CONFIRMA 5 MORTES E 22 CASOS; PE INVESTIGA 2 ÓBITOS

PF ABRE INQUÉRITO; SP MONTA GABINETE DE CRISE E INTERDITA BARES; PERNAMBUCO INVESTIGA CASOS SUSPEITOS

João Pedro Lobo

01/10/2025

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Crédito da imagem: gerada por IA

São Paulo confirmou cinco mortes associadas à intoxicação por metanol, uma delas comprovadamente ligada ao consumo de bebida alcoólica adulterada, além de 22 ocorrências contabilizadas entre 7 confirmações e 15 suspeitas em apuração. A atualização foi divulgada na noite de terça-feira (30), pelo governo paulista e marca a fase mais crítica do episódio no estado.

Em resposta direta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito para rastrear a origem do produto, mapear rotas interestaduais de distribuição e apurar eventual participação de organizações criminosas. Paralelamente, a Senacon iniciou procedimento administrativo e expediu recomendações a estabelecimentos físicos e ao comércio eletrônico.

No plano estadual, o governador Tarcísio de Freitas instalou gabinete de crise e defendeu interdições nos locais onde houve consumo das bebidas sob suspeita, ao mesmo tempo em que negou vínculo do PCC com as adulterações — tese que permanece sob investigação federal.

O que se sabe em São Paulo agora

Equipes conjuntas de Saúde e Segurança Pública realizaram operações em bairros da capital, com apreensão de 117 garrafas sem comprovação de procedência em endereços nos Jardins e na Mooca, resultando em autuações e interdições de bares.

No interior, a Polícia Civil fechou uma fábrica clandestina em Americana, local onde eram engarrafados uísque, gim e vodca; cerca de 17,7 mil itens foram recolhidos e, segundo a polícia, não foi detectado metanol no material apreendido.

Clubes suspendem venda de destilados em SP

A repercussão da crise alcançou os clubes sociais e esportivos. Em nota, o Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo (Sind Clubes) recomendou a suspensão temporária da venda de bebidas destiladas como medida preventiva, frisando “cuidado e responsabilidade diante de uma questão de tamanha gravidade”.

A orientação foi prontamente seguida por importantes agremiações da capital, como o Esporte Clube Pinheiros, que suspendeu a venda de destilados por tempo indeterminado em todos os pontos de consumo; o Clube Paineiras do Morumby, que manterá a medida até que as autoridades descartem quaisquer riscos; a Hebraica SP, que classificou a decisão como uma questão de saúde pública voltada à proteção de sócios e visitantes; além da Sociedade Harmonia de Tênis e do Clube Sírio, que também interromperam as vendas, mesmo contando com fornecedores considerados confiáveis.

Casos e apuração em Pernambuco

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco notificou três casos suspeitos de intoxicação por metanol, atendidos no Hospital Mestre Vitalino (Caruaru). Dois homens morreram e um terceiro paciente apresenta perda bilateral da visão. As ocorrências são dos municípios de Lajedo e João Alfredo, no Agreste, e os corpos foram encaminhados ao IML para confirmação da causa. A Apevisa intensificou fiscalizações em distribuidoras e bares.

Como o Brasil está respondendo

O Ministério da Saúde determinou a notificação imediata de qualquer suspeita de intoxicação por metanol via CIEVS, reforçando protocolos clínicos e a orientação sobre antídotos na rede assistencial. A pasta classifica o quadro em São Paulo como atípico e exige vigilância ampliada nos serviços.

Já o MJSP/Senacon orientou que bares, restaurantes, hotéis, mercados, distribuidores e plataformas interrompam a venda de lotes sob suspeita, isolem os produtos e preservem amostras para perícia; havendo clientes sintomáticos, a recomendação é encaminhar com urgência ao atendimento médico e acionar o Disque‑Intoxicação (0800 722 6001), além de comunicar a Vigilância Sanitária local, a Polícia Civil (197) e o Procon competente.

Sintomas e conduta

Os sinais de intoxicação podem surgir entre 6 e 24 horas após a ingestão e evoluir rapidamente. Nas primeiras horas, podem ocorrer dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, tontura, sonolência, cefaleia, confusão e alterações de pressão e frequência cardíaca. Na sequência, podem aparecer visão turva, fotofobia, alteração de cores, convulsões e coma; sem intervenção rápida, há risco de cegueira irreversível e morte. Trata‑se de emergência médica e exige busca imediata por atendimento.

O que é o metanol e para que serve

O metanol (CH₃OH) é um álcool simples, incolor e volátil, amplamente utilizado como insumo químico para produzir formaldeído, ácido acético e aditivo MTBE, além de integrar cadeias de resinas, solventes, revestimentos e biodiesel. Seu uso em bebidas é ilegal e extremamente perigoso. A toxicidade decorre do metabolismo a formaldeído e ácido fórmico, responsáveis por acidose metabólica, lesão do nervo óptico e falência orgânica, quadro que pode levar à cegueira e ao óbito.

Canais de atendimento e denúncia

Em caso de suspeita de intoxicação por metanol, a população pode recorrer a diferentes serviços de saúde e de proteção ao consumidor. No âmbito nacional, está disponível o Disque-Intoxicação da Anvisa/Renaciat (0800 722 6001), que funciona 24 horas por dia e oferece orientação toxicológica. Outro canal é a Ouvidoria do SUS, pelo Disque Saúde (136), que fornece informações, recebe manifestações e encaminha solicitações para a rede pública.

No Estado de São Paulo, além do atendimento emergencial por meio da Polícia Civil (197), os cidadãos podem acionar o Procon-SP pelo telefone 151, assim como o canal SP156 da Prefeitura de São Paulo, disponível 24 horas, onde é possível contatar a Vigilância Sanitária municipal. A capital também conta com o Centro de Controle de Intoxicações (CCI-SP), que atende pelo número (11) 5012-5311 e pelo 0800-771-3733, válido para ligações de qualquer parte do Brasil.

Em Pernambuco, a população dispõe do Procon-PE, que atende pelos telefones 0800 282 1512 e (81) 3181-7000, e da Delegacia de Crimes contra o Consumidor (DECON-PE), que pode ser acionada pelo (81) 3184-3835. Além disso, denúncias podem ser registradas diretamente junto à Polícia Civil do estado, pelo número 197.

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