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México extradita chefões de cartéis para os EUA em meio a ameaças tarifárias de Trump

Placeholder - loading - Rafael Caro Quintero  (sem data) FBI - Federal Bureau of Investigation/ Divulgação via REUTERS
Rafael Caro Quintero (sem data) FBI - Federal Bureau of Investigation/ Divulgação via REUTERS

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Por Drazen Jorgic e Laura Gottesdiener e Lizbeth Diaz

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O México começou a entregar aos Estados Unidos, nesta quinta-feira, figuras importantes do submundo do tráfico do país, parte de uma extradição surpresa de quase 30 condenados ou acusados ​​de ligações com violentos cartéis de drogas.

A Procuradoria-Geral e o Ministério da Segurança do México confirmaram que o país entregou 29 supostos integrantes de cartéis às autoridades norte-americanas. A decisão ocorre em meio a ameaças contínuas do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas sobre produtos mexicanos.

A Reuters noticiou a operação, a maior do México em anos, antes que as autoridades mexicanas confirmassem oficialmente a iniciativa em um comunicado, que não cita os nomes das pessoas enviadas aos EUA.

Cinco fontes familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que o grupo extraditado inclui Rafael Caro Quintero, um chefe de cartel veterano condenado pelo assassinato de um agente norte-americano em 1985.

Também inclui figuras mais recentes do cartel, como Antonio Oseguera Cervantes, irmão do traficante mais procurado do México, Nemesio Oseguera Cervantes, que lidera o poderoso Cartel da Nova Geração de Jalisco, disseram as fontes.

Entre 2019 e 2023, o México extraditou uma média de 65 suspeitos por ano para os EUA, segundo dados fornecidos por uma autoridade norte-americana.

Caro Quintero chegará a Nova York na noite desta quinta-feira, disseram três pessoas familiarizadas com o assunto. Ele foi indiciado nos EUA por tráfico de drogas.

Analistas veem as extradições como um agrado para Trump antes de importantes negociações comerciais. O líder dos EUA disse que vai impor tarifas de 25% sobre todos os produtos mexicanos a partir de 4 de março, devido ao que seu governo considera um progresso insuficiente na redução de mortes por fentanil e dos fluxos migratórios.

Uma fonte que acompanha o tema de perto disse que a extradição em massa desta quinta-feira demonstrou 'boa fé' por parte do governo mexicano.

Caro Quintero, em particular, é procurado há muito tempo pelas autoridades americanas.

O homem de 72 anos foi cofundador do Cartel de Guadalajara, que já foi um dos cartéis mais poderosos da América Latina. Ele passou 28 anos na prisão pelo brutal assassinato e tortura do ex-agente da Administração de Combate às Drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês) Enrique 'Kiki' Camarena, em um dos mais notórios assassinatos das sangrentas guerras do narcotráfico no México.

Caro Quintero nega seu envolvimento no assassinato de Camarena. Em 2013, ele foi solto por ordem de um juiz mexicano devido a uma questão técnica, retornou ao tráfico e foi recapturado pelas autoridades do México em 2022.

Nesta quinta-feira, o México também extraditou para os EUA Miguel Angel Trevino Morales, conhecido como Z-40, e Oscar Omar Trevino Morales, conhecido como Z-42, dois supostos ex-líderes do violento cartel Los Zetas, informou o Gabinete do Xerife do Condado de Webb, no Texas. Eles foram presos por militares mexicanos em 2013 e 2015, respectivamente.

O advogado dos Trevinos, Juan Manuel Delgado, disse à Reuters que não havia sido notificado oficialmente sobre as extradições.

Nem a Casa Branca nem o Departamento de Estado dos EUA responderam a pedidos de comentários.

(Reportagem de Drazen Jorgic, Laura Gottesdiener e Lizbeth Diaz; reportagem adicional de Brad Heath em Nova York)

Escrito por Reuters

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