Militares israelenses anunciam investigação especial sobre mortes de trabalhadores humanitários em Gaza
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JERUSALÉM (Reuters) - As Forças Armadas israelenses estão conduzindo uma investigação sobre um incidente em Gaza no qual vários trabalhadores de emergência e de ajuda humanitária foram mortos, disse um porta-voz militar nesta quinta-feira, rejeitando a descrição do incidente como uma 'execução'.
O tenente-coronel Nadav Shoshani disse que o Comando Sul das Forças Armadas transferiu a investigação para um mecanismo de Estado-Maior fora da cadeia de comando para determinar o que aconteceu e 'responsabilizar as pessoas, se necessário'.
No mês passado, os corpos de 15 trabalhadores do Crescente Vermelho, da Defesa Civil Palestina e das Nações Unidas foram encontrados enterrados em uma cova rasa no extremo sul da Faixa de Gaza, perto de seus veículos destruídos.
Israel não abordou diretamente a acusação de que suas forças mataram deliberadamente trabalhadores da área de saúde, mas os militares descreveram um incidente em 23 de março, quando disseram que suas tropas dispararam contra veículos com marcas do Crescente Vermelho perto de Rafah, matando nove membros de grupos militantes.
'Nossa investigação inicial concluiu que havia terroristas nesses carros, usando os carros do Crescente Vermelho', disse Shoshani em uma reunião com jornalistas.
Perguntado sobre como as tropas sabiam que havia militantes nos carros, ele declarou: 'Isso se baseia em diferentes formas de inteligência e também nas informações coletadas em campo no momento do evento'.
Ele disse que, mais tarde, as tropas também dispararam contra outros veículos não identificados que se aproximaram sem luzes de emergência ou coordenação prévia.
'Não posso entrar em detalhes sobre o raciocínio e o que eles fizeram porque isso está sendo investigado', afirmou Shoshani. 'Investigaremos esse incidente e, assim que tivermos as respostas, as divulgaremos claramente e comunicaremos tudo o que sabemos e tudo o que descobrimos', disse ele.
O Crescente Vermelho Palestino, que afirmou que oito de seus funcionários foram mortos no incidente, disse que Israel tinha o grupo como alvo e pediu que os culpados sejam responsabilizados.
(Reportagem de James Mackenzie)
Escrito por Reuters
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