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Money For Nothing e A Ironia da Fama

Conheça a história por trás da música do Dire Straits, causadora de muita polêmica

Maria Augusta Messias

01/06/2024

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"I want my MTV". Provavelmente você leu essa frase cantando – a expressão icônica, cantada por Sting em parceria com o Dire Straits, é uma das mais famosas da história do rock.

Money For Nothing”, presente no álbum "Brothers in Arms" de 1985, alcançou o quarto lugar nas paradas do Reino Unido, terra natal da banda. O disco, por si só, foi o mais vendido da época no local. No entanto, o grande sucesso veio acompanhado de grandes polêmicas por conta de sua letra.

Inspiração

A ideia para a música veio de uma visita de Mark Knopfler e John Illsley, baixista do Dire Straits, a uma loja de eletrodomésticos em Nova York. Acontece que todas as televisões estavam ligadas no canal MTV que, à época, era extremamente aclamado entre os artistas.

Lá, observaram um homem vestindo roupas simples e expressando frustração por não ter aprendido a tocar um instrumento musical, acreditando que isso o livraria do trabalho braçal. Para ele, os músicos eram as pessoas verdadeiramente felizes, pois alcançavam sucesso facilmente e ganhavam dinheiro sem esforço.

Essa observação inspirou Knopfler a criar uma crítica social, retratando a visão distorcida do homem sobre a indústria musical e a desvalorização do trabalho manual.

Videoclipe

Em 1985, a MTV se consolidava como um novo canal de televisão que revolucionava a forma como o público consumia música. As bandas investiam em videoclipes para apresentar suas músicas e contar histórias, muitas vezes com a participação de atores. O Dire Straits, no entanto, optou por um caminho completamente diferente do convencional.

Para o videoclipe de "Money for Nothing", a banda utilizou computação gráfica de última geração. Por mais que hoje o videoclipe pareça extremamente primitivo em termos de tecnologia, ele foi extremamente inovador para a época. O processo foi liderado por Steve Barron, diretor conhecido por criar o icônico videoclipe de "Take On Me" do A-ha. O resultado foi um espetáculo visual que impressionou o público e rendeu à banda o prêmio de "Melhor Vídeo" no VMA de 1986.

Polêmica

Apesar do sucesso do videoclipe, a música gerou polêmica por conta da utilização da palavra "faggot", termo pejorativo em inglês para se referir à comunidade LGBTQIAP+. Em entrevista à Rolling Stone, Mark Knopfler explicou que a música é narrada da perspectiva de um personagem fictício, "um homem ignorante que vê tudo em termos financeiros". O personagem foi inspirado no homem que Knopfler e Illsley observaram na loja de eletrodomésticos.

Diante da polêmica, a CBSC solicitou a criação de uma versão editada da música, substituindo a palavra "faggot" por outra. Em algumas emissoras, a palavra foi substituída por "mother", enquanto outras simplesmente eliminavam essa estrofe da canção. Os próprios Dire Straits, em algumas coletâneas como "Sultans of Swing: the Very Best of Dire Straits" (de 1998), optaram por incluir uma versão editada onde essa estrofe não era mais cantada. Vale ressaltar que essa mudança não era obrigatória, e algumas rádios continuaram a tocar a versão original. Knopfler, reconhecendo o caráter ofensivo do termo, concordou com a mudança e afirmou que a mensagem da música seria transmitida mesmo com a alteração.

Ao longo dos anos, a banda utilizou diferentes termos em apresentações ao vivo para substituir "faggot". No Live Aid de 1985, por exemplo, cantaram "queenie". Mais recentemente, Knopfler optou por "mother" em apresentações como a Down The Road Wherever Tour de 2019.


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