Moraes, do ST, prorroga por mais 60 dias inquérito que investiga possível interferência de Bolsonaro na PF
Moraes, do ST, prorroga por mais 60 dias inquérito que investiga possível interferência de Bolsonaro na PF
Reuters
27/11/2020
Atualizada em 27/11/2020
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta sexta-feira prorrogar por mais 60 dias o inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no comando da Polícia Federal.
No mesmo despacho, Moraes pediu para que o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifeste em cinco dias sobre a posição de Bolsonaro na véspera, que informou que não faria um depoimento presencial nesse inquérito.
Apesar da posição expressa por Bolsonaro, a questão sobre seu depoimento neste inquérito ainda não foi definida pelo Supremo.
Na véspera, a AGU havia lembrado que o prazo do inquérito estava para ser encerrado e ainda destacado que a divulgação da íntegra do vídeo da reunião ministerial de abril “demonstrou claramente infundadas quaisquer das ilações que deram ensejo ao presente inquérito”.
O formato do depoimento de Bolsonaro ainda está em aberto. O ministro Marco Aurélio Mello, que foi relator substituto, chegou a se posicionar a favor do depoimento por escrito do presidente. Contudo, essa questão foi levada posteriormente ao plenário do Supremo.
Ex-relator do inquérito que se aposentou no início do mês passado, Celso de Mello votou para que Bolsonaro prestasse depoimento presencial, mas os demais ministros não votaram no caso. O presidente do STF, Luiz Fux, não marcou uma nova sessão para continuar a apreciação dessa questão em plenário.
Na prática, Bolsonaro não esperou um posicionamento final do plenário do Supremo para se manifestar sobre o assunto.
O inquérito foi aberto após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro acusar Bolsonaro de tentativa de interferência na PF.
Reuters