Nina Simone completaria 90 anos: confira a homenagem especial da Antena 1

O nome de Nina Simone ficou marcado na história da música contemporânea como sinônimo de talento e excelência. Autora de clássicos como “Feeling Good” e “I Put A Spell On You”, a artista fazia o canto de gospel, soul, jazz e blues parecer fácil. Para além de uma voz inesquecível, ela também é lembrada como uma figura importante na luta por direitos civis para a população negra nos Estados Unidos.

Por esses e muitos outros motivos, a Antena 1 preparou uma homenagem especial para a artista no dia em que seria seu aniversário de 90 anos! Confira os grandes momentos da carreira de Nina Simone:

Antes de se tornar Nina, a cantora Eunice Kathleen Waymon nasceu em 21 de fevereiro de 1933, na cidade de Tyron, nos Estados Unidos. Filha de um marceneiro e uma empregada doméstica, entrou em contato com a música pela primeira vez por influência da sua mãe, que era ministra metodista na igreja. Ao acompanhar as visitas da mãe, Simone começou a tocar piano e, ainda criança, passou a tocar para o coral da igreja.

Aos doze anos, ela participou de um recital que se tornaria um marco na sua vida. Tudo começou quando seus pais estavam sentados na primeira fileira, mas foram movidos aos assentos dos fundos para abrir espaço a espectadores brancos. A pianista, então, se recusou a iniciar a apresentação até que seus pais voltassem para os seus devidos lugares.

Em uma das suas performances, Nina foi vista e posteriormente apadrinhada pela professora de piano Muriel Mazzanovich. A profissional criou o Fundo Eunice Waymon para que a menina continuasse estudando a música clássica.

O início da fama

O apoio de sua comunidade foi importante para a ascensão da cantora. Graças aos incentivos ao seu redor, Nina se tornou uma das primeiras mulheres negras a frequentarem a renomada Escola Julliard, em Nova Iorque.

Entretanto, como o seu pedido de bolsa havia sido negado, ela começou a se apresentar em bares pela cidade para se sustentar. Para que seus pais não desconfiassem, a cantora adotou um pseudônimo: Nina, apelido pelo qual era chamada pelo primeiro namorado, e Simone, em homenagem à atriz Simone Signoret. Foi assim que nasceu uma estrela.

nicialmente, Nina não se arriscava a cantar durante as suas performances. Porém, depois que o dono do estabelecimento insistiu para que ela acompanhasse o próprio piano, Simone despontou. Sua voz chamou a atenção da gravadora Bethlehem Records, que lhe ofereceu um contrato em 1957. Dito e feito: gravou seu álbum “Little Girl Blue” no mesmo ano, mas ele só foi lançado em 1959.

Sucesso profissional

Seu disco de estreia foi muito bem recebido pelo público. Por causa da repercussão positiva, passou a trabalhar com a gravadora Colpix Records, através da qual gravou inúmeros álbuns de estúdio e ao vivo. Paralelamente, continuou seus estudos em música clássica até se formar em 1964. Em seguida, fez uma parceria com a gravadora Phillips.

Com a mudança, Simone começou a abordar temas politizados em suas músicas. Na faixa “Mississipi Goddamn”, por exemplo, ela protesta o assassinato do ativista Medgar Evers e o atentado em uma igreja em Birmingham, que ocasionou a morte de quatro crianças negras. Desde então, ela se posicionou como uma defensora dos direitos civis nos Estados Unidos, que vivia uma época de segregação e violência contra a população negra. A vocalista chegou, inclusive, a cantar no enterro do líder Martin Luther King, em 1968.

No decorrer da sua trajetória, Simone também explorou gêneros musicais como jazz, R&b, blues, soul, folk, gospel e pop. Algumas das suas composições mais icônicas são “Feeling Good”, de 1965, e “The Look of Love”, de 1967. Relembre:

Nina faleceu no ano de 2003, aos setenta anos, em decorrência de um câncer de mama. Uma pianista afiada com controle vocal impressionante - foi uma perda enorme, com um legado maior ainda.

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