Nova tarifa dos EUA pode atrapalhar negociação sobre regime de cotas em exportação de aço, diz Aço Brasil
Nova tarifa dos EUA pode atrapalhar negociação sobre regime de cotas em exportação de aço, diz Aço Brasil
Reuters
10/07/2025
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto anunciada pelos Estados Unidos deve travar as negociações para o setor siderúrgico nacional recuperar o regime de cotas de exportações para o mercado norte-americano, disse o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, nesta quinta-feira.
O setor já tinha sido penalizado anteriormente com uma alíquota também de 50% e ficou de fora do anúncio feito pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na véspera.
'As negociações que vinham sendo feitas, e avançando muito bem pela diplomacia brasileira para renovar o regime de cotas, serão prejudicadas pelo estressamento político entre os dois países', afirmou Lopes à Reuters, avaliando que as conversas devem sofrer uma 'travada'.
O regime de cotas que começou a vigorar a partir de 2018 até a decisão da sobretaxa anunciada por Trump, previa um volume de 3,5 milhões de toneladas para produtos semiacabados e 470 mil toneladas para produtos acabados.
De acordo com Lopes, o foco do setor é em semiacabado porque é a necessidade norte-americana.
'A necessidade do mercado americano de ter o semiacabado que existia em 2018 não mudou agora. Eles não têm autossuficiência e precisam importar', acrescentou, informando que o Brasil é o maior fornecedor dessas placas para serem laminadas nos EUA.
O Aço Brasil é a principal entidade do setor siderúrgico nacional, que reúne empresas como Gerdau, Usiminas e ArcelorMittal.
Reuters