Equipes de resgate procuram sobreviventes após terremoto matar ao menos 69 pessoas nas Filipinas

Por Adrian Portugal e Eloisa Lopez

BOGO, Filipinas (Reuters) - Equipes de resgate nas Filipinas procuraram sobreviventes na lama e nos escombros nesta quarta-feira e as autoridades pediram ajuda para os hospitais inundados de feridos depois que o terremoto mais mortal em mais de uma década no país matou pelo menos 69 pessoas.

As autoridades disseram temer que o número de mortos seja ainda maior devido ao terremoto raso de magnitude 6,9, que atingiu as águas da ilha central de Cebu na noite de terça-feira.

Prédios desabaram, inclusive uma igreja com mais de 100 anos de idade. Lojas, casas e pontes foram danificadas em toda a costa norte da ilha e a energia elétrica foi cortada.

Os tremores secundários continuaram durante toda esta quarta-feira, enquanto as autoridades montavam cozinhas móveis para centenas de retirados e corriam para fornecer energia temporária à medida que a noite se aproximava.

Corpos cobertos por lençóis pretos foram transportados em macas e colocados lado a lado no chão do lado de fora de um hospital em Bogo, a cidade mais afetada, ao longo da costa, a cerca de 18km do epicentro. Um homem chorava enquanto puxava um lençol de plástico para trás e segurava o rosto de um parente morto.

As equipes de Defesa Civil estavam procurando sinais de vida sob um deslizamento de terra que matou pelo menos 14 pessoas na cidade.

'Por mais que eu queira dizer que não há mais vítimas fatais, o número de mortos ainda pode aumentar', disse o oficial de informações da província de Cebu, Ainjeliz Orong, sobre o deslizamento de terra.

Mark Ochea, um guarda de segurança, disse que estava trabalhando em um grande restaurante de fast food quando um lado do prédio desabou.

'Ainda bem que todas as pessoas estavam na frente', disse ele. 'Ainda estamos ansiosos... até perdemos a conta do número de tremores secundários que tivemos e tem sido assim desde a noite passada.'

O motorista de triciclo Sonny Cuse disse que o terremoto sacudiu sua casa e que está aliviado por sua família ter conseguido fugir a tempo.

'Pensamos que poderíamos ter morrido hoje, mas estamos agradecidos por estarmos todos a salvo. Sou grato ao Senhor', disse ele.

O terremoto foi o mais mortal do país desde pelo menos 2013, quando um terremoto de magnitude 7,2 atingiu a ilha vizinha de Bohol, matando 222 pessoas. As Filipinas estão localizadas no 'Anel de Fogo' do Pacífico e sofrem mais de 800 terremotos por ano.

Não havia nesta quarta-feira um número imediato de pessoas ainda desaparecidas. As autoridades informaram que 186 pessoas ficaram feridas e fizeram um apelo para que médicos voluntários ajudassem os hospitais. A chuva forte e a falta de energia elétrica dificultaram o resgate.

As agências de monitoramento de terremotos avaliaram a profundidade do terremoto em cerca de 10km e registraram vários tremores secundários, o mais forte com magnitude 6. Não houve ameaça de tsunami.

O governo aconselhou os visitantes de Cebu, um dos destinos turísticos mais populares das Filipinas, a permanecerem em alerta. O aeroporto internacional de Cebu, o segundo mais movimentado do país, permaneceu operacional.

O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., garantiu aos sobreviventes uma assistência rápida.

'Estamos avaliando os danos, estamos avaliando as necessidades', disse ele aos repórteres.

(Reportagem de Adrian Portugal e Eloisa Lopez, em Cebu, e Mikhail Flores, em Manila)