O MÁGICO DE OZ GANHA VERSÃO IMERSIVA NO SPHERE DE LAS VEGAS
MAIS DE 120 MIL INGRESSOS JÁ FORAM VENDIDOS ANTES DA ESTREIA MARCADA PARA A PRÓXIMA SEMANA
João Carlos
19/08/2025
A notícia de que o Sphere de Las Vegas vendeu, na semana passada, 120 mil ingressos, com expectativa de chegar a 200 mil até a abertura, antes mesmo da estreia de O Mágico de Oz, pode até parecer, à primeira vista, apenas uma curiosidade sobre cinema. Mas calma: não é “só” isso. Estamos falando de um dos filmes mais icônicos de todos os tempos chegando ao espaço que hoje é o palco mais tecnológico e disputado do planeta — a casa de megashows de pop e rock que sempre fazem barulho no mundo inteiro.
E tem mais: trazer Dorothy, o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde para essa imersão high-tech não é apenas um capricho nostálgico. É quase como dizer ao público que Oz merece o mesmo holofote das grandes estrelas da música. Afinal, se a estrada de tijolos amarelos já foi inspiração para artistas como David Bowie, Elton John e Lady Gaga, nada mais justo do que colocá-la agora em 16K, com som que envolve por todos os lados e efeitos capazes de fazer a plateia literalmente “sentir” a magia.
Quando Oz encontrou o pop

Crédito da imagem : Wikipédia Commons / Cena do filme O Mágico de Oz de 1939
Se engana quem pensa que O Mágico de Oz ficou restrito às tardes de cinema clássico. O musical de 1939 virou praticamente uma pedra fundamental da música pop. Basta lembrar de Over the Rainbow: a canção, eternizada na voz de Judy Garland, já foi regravada por todo mundo — de Frank Sinatra a Ariana Grande, de Eric Clapton a Israel Kamakawiwo’ole. Cada geração encontra seu jeito de atravessar o arco-íris.
E não parou por aí. Nos anos 70, os fãs do Pink Floyd juravam que The Dark Side of the Moon sincronizava perfeitamente com as cenas do filme. Assim nasceu a famosa lenda do “Dark Side of the Rainbow”, que até hoje alimenta o mito de Oz no rock progressivo.
Os símbolos também ganharam vida própria. A frase “We’re not in Kansas anymore” virou bordão pop usado como metáfora para entrar em “outros mundos”. Já as sapatilhas vermelhas de Dorothy e a estrada de tijolos amarelos apareceram como referência em clipes, turnês e figurinos de nomes como David Bowie, Elton John, Madonna e Lady Gaga.
E para provar que Oz nunca sai de moda, ainda tivemos The Wiz (1978), versão soul com Michael Jackson e Diana Ross, e o fenômeno da Broadway Wicked (2003), que até hoje arrasta plateias mundo afora.
A magia de Oz na Sphere
A experiência estreia em 28 de agosto e ficará em cartaz até março de 2026, com mais de 400 sessões programadas.
Tudo foi pensado para mergulhar o público na obra: projeções em 16K, um sistema de 167 mil alto-falantes, além de efeitos sensoriais como vento, aromas, vibrações nos assentos e até névoas. É a estrada de tijolos amarelos, mas com tecnologia de ponta para o público do século 21.
Bastidores da superprodução
O projeto é assinado pelo Sphere Studios em colaboração com a Warner Bros. Discovery, o estúdio imersivo Magnopus e o Google, que entrou com tecnologias de inteligência artificial para restaurar e expandir a experiência visual. Segundo o Wall Street Journal, mais de 90% do filme passou por algum nível de tratamento com IA, usando modelos avançados como o Gemini Veo 2 e Imagen 3.
A equipe criativa inclui nomes de peso do cinema:
Jane Rosenthal (produtora indicada ao Oscar por The Irishman),
Ben Grossmann (vencedor do Oscar de efeitos visuais por Hugo),
Jennifer Lame (editora de Oppenheimer),
Zack Winokur (diretor criativo).
A trilha sonora foi totalmente remasterizada e regravada com uma orquestra de 80 músicos, sob supervisão do compositor David Newman, com mixagem de engenheiros de som vencedores do Grammy e do Oscar.
Para completar, a ambientação foi pensada para “tocar” todos os sentidos: assentos hápticos, aromas (como o das papoulas do campo da bruxa), vento, névoa e até efeitos de infrassom que simulam o tornado. Do lado de fora, o público já é recebido por uma instalação monumental: as pernas da Bruxa Má do Leste com os icônicos sapatinhos vermelhos, em escala de 15 metros de comprimento, como se estivessem esmagadas sob o Sphere.
Mais de mil artistas, técnicos e pesquisadores participaram da produção, que promete ser a experiência definitiva para reviver a magia de Oz.
“Estamos muito orgulhosos do produto e achamos que é revolucionário”, disse James Dolan, CEO da empresa controladora Sphere Entertainment, durante a teleconferência de resultados da companhia na semana passada. “Acreditamos que vai atrair muita atenção. As pessoas que vierem a Las Vegas vão querer assistir.”
Serviço — “A Magia de Oz” na Sphere
Estreia: 28 de agosto de 2025
Local: Sphere, Las Vegas (EUA)
Sessões: mais de 400 exibições programadas até março de 2026
Tecnologia: projeção em 16K, 167 mil alto-falantes e efeitos sensoriais (vento, aromas, vibrações, névoa)
Equipe: Sphere Studios, Warner Bros. Discovery, Magnopus, Google; direção de Jane Rosenthal, Ben Grossmann, Jennifer Lame e Zack Winokur
Trilha sonora: regravada com orquestra de 80 músicos sob direção de David Newman
Extras: instalação externa com as pernas da Bruxa Má e os sapatinhos rubi em escala gigante
Ingressos: Ticketmaster