Omnia, do Patria, anuncia participação junto à Casa dos Ventos em mega data center para TikTok
Omnia, do Patria, anuncia participação junto à Casa dos Ventos em mega data center para TikTok
Reuters
03/11/2025
Por Leticia Fucuchima e Luciana Magalhaes
SÃO PAULO (Reuters) - A Omnia, do Patria Investimentos, está participando do desenvolvimento do que será o maior data center para um único cliente no Brasil, um projeto no Porto de Pecém (CE) de mais de R$50 bilhões em investimentos em parceria com a geradora de energia renovável Casa dos Ventos, disseram as empresas à Reuters nesta segunda-feira.
O anúncio do envolvimento da plataforma do Patria no mega projeto, que deverá ter a ByteDance, dona do TikTok, como cliente, ocorre em meio à obtenção de mais uma aprovação fundamental para que o projeto saia do papel, com suas obras começando ainda em 2025.
Com um consumo energético de 300 megawatts (MW), o empreendimento será o maior data center individual do país em 2027, quando está prevista sua entrada em operação, e marca o primeiro grande projeto do retorno do Patria ao segmento de data centers, no qual a gestora já tem expertise com a criação da Odata, depois vendida à Aligned Data Centers.
Embora a Omnia tenha sido lançada em maio deste ano, o Patria já vem participando do desenvolvimento do data center cearense desde o ano passado, nas frentes de estruturação, orçamento e planejamento técnico da infraestrutura necessária, além da prospecção de clientes.
'Este passa a ser o primeiro voltado para exportação (de dados) no país... Ele inaugura de fato a vocação que o país tem no setor por conta da disponibilidade energética, localização privilegiada e conectividade internacional de fibra ótica', disse à Reuters o CEO da Omnia, Rodrigo Abreu.
O governo brasileiro publicou nesta segunda-feira uma autorização para que o futuro data center, que será instalado na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, dentro do complexo portuário do Pecém, possa prestar serviços de exportação de dados.
A instalação de data centers em ZPEs é uma das iniciativas que o governo tem buscado incentivar em seu plano para o setor, que busca atrair R$2 trilhões em investimentos ao país em dez anos.
A chinesa ByteDance ainda não comentou publicamente sobre sua participação no projeto cearense, mas autoridades brasileiras já vêm alardeando o envolvimento da empresa no empreendimento.
Fontes próximas do projeto também afirmam que a companhia será cliente do data center.
O novo aval se soma a outras liberações importantes já obtidas nos últimos meses, ligadas à conexão da instalação à rede elétrica nacional. O projeto aguarda ainda a licença de instalação pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) do Ceará.
Ao todo, o projeto demandará investimentos da ordem de R$50 bilhões, sendo R$12 bilhões em infraestrutura, realizados pela Omnia, e o restante em equipamentos de tecnologia da informação, como os servidores para processamento, a cargo do cliente.
Já a Casa dos Ventos investirá cerca de R$3,5 bilhões adicionais na construção de novos parques eólicos dedicados ao fornecimento de energia para a instalação cearense. Os projetos provavelmente ficarão no Ceará ou no Piauí e estão sendo desenvolvidos de forma concomitante com o data center, disse Lucas Araripe, diretor executivo da geradora renovável.
A expectativa das empresas parceiras é que as obras do data center em Pecém se iniciem ainda em 2025, para que o início de operação ocorra até a segunda metade de 2027.
Além do consumo de energia renovável, os executivos afirmaram ainda que o projeto terá baixo consumo de água -- usada em processos de resfriamento desse tipo de instalação --, já que empregará tecnologia de reuso.
Araripe, da Casa dos Ventos, destacou ainda que a geradora já assinou mais contratos de conexão em Pecém para outros futuros projetos de data centers, somando uma capacidade de 1,5 gigawatt (GW), que poderão ser desenvolvidos para outros clientes usuários.
'Estamos vendo evoluir em Pecém um dos principais investimentos privados no Brasil nos próximos anos, vai requerer mais recursos do que qualquer outra coisa em infraestrutura', disse Araripe.
(Por Letícia Fucuchima e Luciana Magalhaes)
Reuters

